sexta-feira, 8 de maio de 2020

Revista Oeste busca manter uma voz sóbria e segura em meio a tanta estridência

Há vozes estridentes em excesso. A Revista Oeste prefere manter o tom sereno e seguro. É com serenidade que J. R. Guzzo questiona quão graves são as crises que fazem boa parte da mídia conjecturar, ao menos a cada quinze dias, o irremediável fim do governo.
Ana Paula Henkel segue o caminho do comedimento ao propor uma reflexão acerca do papel que o Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal, tem assumido atualmente. Esse é também o tema da entrevista que a editora Paula Leal fez com o jurista Ives Gandra Martins. Paula assina outra entrevista, com o presidente e o diretor-executivo da Prevent Senior, Fernando Parrillo e Pedro Benedito Batista Júnior. Houve muitos ruídos em torno da atuação da operadora de saúde nesta pandemia de covid-19 e aqui, novamente, a Revista Oeste busca abordar o assunto com moderação, atendo-se aos dados.
Um formidável levantamento de dados deu suporte à reportagem de capa. A editora Branca Nunes e os repórteres Cristyan Costa e Artur Piva fizeram um trabalho excepcional e expõem como as verbas extraordinárias utilizadas sem licitação por prefeituras e governos estaduais são a origem de mais um daqueles casos de corrupção que envergonham a sociedade brasileira, o Covidão. E o colunista Augusto Nunes nos mostra como a roubalheira endêmica consegue ser mais resistente que o vírus chinês.
Igualmente resistentes parecem ser algumas ideias disparatadas, comprovadamente malsucedidas, como o IGF, Imposto sobre Grandes Fortunas. O professor Ubiratan Jorge Iorio demonstra como tributar excessivamente os ricos pode acabar tornando-se uma medida prejudicial aos pobres.
Uma bela ideia que infelizmente está em risco é a Europa. “A identidade europeia foi desgraçadamente reduzida a versões ideológicas de palavras como diversidade, tolerância, respeito”, escreve o cientista político Bruno Garschagen. Ao distanciar-se dos fundamentos e das tradições, a todo momento lembrados pelos defensores do pensamento conservador, a Europa como a conhecemos pode desintegrar-se.
Como se vê, é necessário moderação e parcimônia para enfrentar os dilemas impostos pela contemporaneidade.
Boa leitura.