“Quando se fala em possível impeachment, ação no Supremo, baseado em filigranas, eu vou em qualquer lugar do território nacional e ponto final!”. A frase, dita pelo presidente na reunião de 22 de abril, foi cumprida à risca neste domingo
“Quando se fala em possível impeachment, ação no Supremo [Tribunal Federal (STF)], baseado em filigranas, eu vou em qualquer lugar do território nacional e ponto final!”. A referida frase é do presidente Jair Bolsonaro, mas não foi dita neste domingo, 24, quando ele foi às ruas saudar manifestantes favoráveis ao governo.
A frase foi dita na reunião interministerial de 22 de abril, mas está bem atual. Diferentemente de outros domingos, quando Bolsonaro foi às ruas e falou, hoje, ele optou por deixar que o povo falasse por ele espontaneamente.
As grades da Praça dos Três Poderes mais próximas ao Palácio do Planalto foram preenchidas por uma grande massa de apoiadores. As pessoas enalteceram o presidente com palavras de ordem e não faltaram frases de apoio ao governo e em defesa a Bolsonaro após a divulgação do vídeo, na sexta-feira, 22.
Impeachment
Por coincidência, a frase dita por Bolsonaro em 22 de abril remete a acontecimentos recentes. Na quinta-feira, 21, partidos de oposição e entidades e movimentos sociais de oposição ao governo ingressaram na Câmara com um pedido de impeachment do presidente da República.
O pedido foi assinado por PT, PCdoB, PSOL, PCB, PCO, PSTU e UP e mais de 400 entidades e movimentos sociais. A exemplo do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST).
Coerência
Na sexta-feira, o ministro Celso de Mello, do STF, encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) notícia-crime ingressada por partidos da oposição. As legendas pedem a apreensão do celular de Bolsonaro. O magistrado é o mesmo responsável por autorizar a quebra do sigilo do vídeo e torná-lo público.
A ida de Bolsonaro às ruas, assim, vai totalmente em coerência com o que disse o presidente há mais de um mês. O pedido de posicionamento da PGR por Mello não chega a ser uma “ação no Supremo”, mas, sim, um requerimento impetrado por PSB, PDT e PV no âmbito do inquérito que investiga o presidente por suposta interferência na Polícia Federal.
Rodolfo Costa, Rwevista Oeste