quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Presidente de Israel escolhe Netanyahu para formar coalizão

JERUSALÉM - O presidente de IsraelReuven Rivlin, escolheu nesta quarta-feira, 25, o nome do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu para permanecer no cargo após as eleições do dia 17 e tentar novamente formar governo no país.
“A responsabilidade de formar o governo será entregue ao primeiro-ministro e líder do (partido) Likud, Binyamin Netanyahu, levando a uma declaração do presidente Rivlin e Netanyahu”, informou uma nota da Presidência antes do anúncio oficial.
 

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Netanyahu e seu principal opositor, o general Benny Gantz do partido Azul e Branco, sigla que conquistou a maioria das cadeiras do parlamento israelense, chamado de Knesset, haviam se reunido na segunda-feira com o presidente Rivlin para que tentassem chegar a um acordo para formar um governo de união, onde ambos poderiam se revezar no cargo de primeiro-ministro. 

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O Likud, partido de Netanyahu, conquistou 32 cadeiras na Knesset, ficando atrás do Azul e Branco, com 33. Para formar maioria no governo, é necessário acumular o apoio de 61 dos parlamentares, entre as 120 cadeiras disponíveis.
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O presidente de Israel, Reuven Rivlin, dá as mãos ao primeiro-ministro
Binyamin Netanyahu, como o escolhido para permanecer no cargo e
formar governo no país Foto: Sebastian Scheiner/AP Photo
Considerando as alianças com partidos menores, o Likud ultrapassou o Azul e Branco com o apoio de 55 parlamentares. Mesmo assim, ainda está abaixo do mínimo necessário para obter maioria. Já Gantz conquistou o apoio total de 54 parlamentares.
Gantz estava na frente nas previsões iniciais de apoio, mas três deputados da coalizão de partidos da Liga Árabe, que declarou apoio ao general, foram contra a recomendação das siglas na semana passada e declararam apoio a Netanyahu. 
 

PARA ENTENDER

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Os dois maiores candidatos haviam acordado a possibilidade de um governo de união, mas em termos diferentes. O líder do Azul e Branco havia afirmado durante as eleições que não se aliaria ao Likud enquanto Netanyahu enfrentasse as acusações.
Outra condição para uma possível aliança seria um governo amplo e secular, com a exclusão dos partidos judaicos ultraortodoxos, apoiadores de Netanyahu. 
O impasse levou o partido Yisrael Beitenu, liderado pelo nacionalista Avigdor Lieberman, a um grande poder de decisão. A sigla tornou-se a terceira maior força da Knesset, com oito cadeiras. Lieberman defendeu um governo de união, sem os partidos ultraortodoxos, o que também o fez se posicionar contra o protecionismo de Netanyahu aos religiosos. 

Netanyahu tem até seis semanas para formar governo

O primeiro-ministro tem a partir de agora um prazo de 28 dias, com possibilidade de prazo adicional de 14 dias, para angariar mais apoiadores e conseguir formar governo. Caso não consiga, existe a possibilidade da oportunidade ser oferecida a Gantz, ou de novas eleições serem convocadas.
Israel já passou por dois processos eleitorais em 2019. Em abril, Netanyahu já havia sido escolhido para formar governo e não conseguiu, levando à dissolução da Knesset. Os resultados no início do ano foram similares aos do pleito de setembro, com Gantz e Netanyahu praticamente empatados.

Alternativa aos indiciamentos

A permanência de Netanyahu no cargo garante-lhe imunidade frente às três denúncias de corrupção que enfrenta. Foi agendada para o dia 2 de outubro uma audiência com o procurador-geral. Em dois dos casos, Netanyahu é acusado de oferecer vantagens a veículos de imprensa favoráveis a ele, em troca de notícias positivas sobre o governo e o próprio premiê. 
Pela constituição isralense, os cargos de presidente e primeiro-ministro são os únicos que concedem imunidade. Uma realocação de Netanyahu ao parlamento ainda seria insuficiente para livrá-lo dos indiciamentos. / EFE, AP e NYT


O Estado de S.Paulo