Denúncias de assédio sexual contra Trump e polêmica do e-mail privado de Hillary prometem esquentar o debate desta quarta-feira
A candidata democrata Hillary Clinton e seu rival republicano Donald Trump se enfrentam no último debate antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, em 8 de novembro. O embate na noite desta quarta-feira, às 21h pelo horário local (23h em Brasília), na Universidade de Nevada, em Las Vegas, e promete ser o mais acalorado.
Para este debate, os dois candidatos preparam defesas para escândalos recentes. Desde o último encontro, Trump teve uma série denúncias de assédio sexual sobre ele publicadas na imprensa, que devem ser um das principais armas de Hillary nesta noite – pelo menos oito mulheres acusam o magnata de tê-las beijado ou tocado sem consentimento.
Já a democrata precisará lidar com novos questionamentos sobre seu uso indevido de um e-mail privado quando era secretária de Estado. Na segunda-feira, documentos lançados pelo FBI (a polícia federal americana) mostraram que o órgão foi pressionado pelo Departamento de Estado para diminuir o nível de confidencialidade de uma mensagem, o que favoreceria a democrata. Estão na mira ainda e-mails trocados entre líderes do Partido Democrata, vazados pelo site WikiLeaks nos últimos dias.
Outra expectativa é a de que Trump deve usar uma estratégia comum em seus últimos comícios, nos quais além de criticar a adversária, atacou todo o processo eleitoral. O magnata tem insistido que as eleições serão fraudadas para que ele não vença. Temas já discutidos nos dois embates anteriores, como imigração, política externa e dívida pública, devem voltar à tona. Os espectadores também ficarão de olho na abertura: Hillary e Trump vão se cumprimentar, como da primeira vez, ou evitarão o aperto de mão, como no último debate?
O estilo de moderação de Chris Wallace, âncora da Fox News, – ele promete interferir menos que Anderson Cooper, da CNN, e Martha Raddatz, da ABC, responsáveis pelo debate mais recente – pode resultar em mais ataques entre os candidatos. “Se as pessoas disserem ‘foi um ótimo debate e não lembro de você estar lá’, vou ter feito meu trabalho”, comentou Wallace à Fox.
Situação das pesquisas
As pesquisas nacionais refletem a péssima fase da campanha do magnata, que chegou a ficar tecnicamente empatado com a rival na preferência dos americanos logo após as convenções nacionais dos partidos, em julho. Os levantamentos mais recentes apontam uma vantagem de seis pontos porcentuais para a democrata – segundo a pesquisa da Universidade Quinnipiac, realizada esta semana, Hillary tem 50% e Trump aparece com 44% das intenções de voto e, na semana passada, o levantamento da Fox News mostrou a ex-secretária de Estado com 45%, contra 39% para o magnata.
Em estados americanos onde a preferência partidária varia e que são essenciais para definir as eleições, os chamados swing states, Hillary aparece na frente. Segundo o site Politico, em Virginia, Nevada e Michigan, a democrata não só lidera como vem crescendo nas últimas pesquisas.
Como assistir
Os brasileiros podem acompanhar o debate na TV a cabo, através da BandNews(com tradução simultânea) e da rede CNN. Outra opção são as transmissões on-line no YouTube, como o canal da emissora NBC e o canal Amigo Gringo (com cobertura em português), ou nas páginas do Facebook de vários veículos americanos, como Washington Post e BuzzFeed News.