terça-feira, 27 de setembro de 2016

A morte de Sombra livrou Gilberto Carvalho do pesadelo: ver exumada a verdade sobre a execução de Celso Daniel

Com Blog do Augusto Nunes - Veja


Treze anos, oito meses e sete dias depois da execução de Celso Daniel, Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, levou para a sepultura a esperança de ver inteiramente esclarecido, com todos os detalhes macabros, o assassinato que assombra figurões do PT desde janeiro de 2002. Foram condenados à prisão os remanescentes do grupo que sequestrou, torturou e matou a tiros o prefeito de Santo André. Mandante do crime, Sombra morreu antes do julgamento que conseguiu anos a fio.
Para sorte de gente como Gilberto Carvalho e José Dirceu, chefes da conspiração que fez o diabo para enterrar o caso, Sombra morreu sem contar o que só ele sabia. Quem participou, por exemplo, do tribunal clandestino que decidiu aplicar a Celso Daniel a pena capital? De onde veio o dinheiro para a contratação do bando incumbido de silenciar o prefeito que resolvera revelar o esquema de corrupção que ajudara a montar?
Sombra avisou mais de uma vez que, caso fosse punido com uma temporada na cadeia, afundaria atirando ─ e mandaria chumbo grosso em todos os cúmplices por ação ou omissão. Desse pesadelo Gilberto Carvalho acabou de livrar-se. Nem por isso deveria em paz. Os casos em polícia em que se meteu, ainda à espera de elucidação, bastariam para garantir-lhe a insônia eterna ─ se o ex-seminarista que virou coroinha de missa negra não fosse desprovido do sentimento da vergonha.