sábado, 28 de maio de 2016

Crise provocada pelo bolivarismo faz pobreza atingir 80% dos venezuelanos. Cresce violência. 60 mortes no fim de semana

TV Globo

'A vida não vale nada', diz brasileira que mora em Caracas

Na Venezuela, a crise econômica gravíssima que o país enfrenta tem reflexos na segurança da população.
Desabastecimento, filas para comprar comida, para comprar remédios. Caos na saúde, preços que não param de subir, qualidade de vida que não para de cair. A pobreza atinge 80% da população e empurra o país para a violência.
Em frente à morgue, equivalente ao IML, pessoas foram fazer reconhecimento de corpos de pessoas que foram assassinadas.
A Venezuela é o segundo país mais violento do mundo, perdendo para Honduras. Todo fim de semana, entre 40 a 60 assassinados na região de Caracas.

“Por telefone, ou por não ter nada nem um telefone para dar para o ladrão, eles matam por qualquer coisa. A vida não vale nada”, diz Jacqueline.

Brasileira de São Paulo, Jacqueline mora há oito anos em Caracas com o marido Gustavo e os dois filhos. Eles contam que a Venezuela mudou muito desde que chegaram aqui.
“Quando se vai ao aeroporto com carro blindado, quando se sai é com muito cuidado”, diz Gustavo.

Pouco mais de 21h, na entrada de um grande shopping de Caracas, numa região boêmia, com muitas discotecas. No passado estava cheio de gente, mas não tem praticamente ninguém, por dois motivos: as pessoas têm medo de sair à noite por causa da violência; e, no caso do shopping, fecha todos os dias às 19h por causa do racionamento de energia.
“Vida noturna não existe mais. Caracas não tem vida noturna”, diz Jacqueline.
Repórter: Você tem medo e andar na cidade?
Filho do casal: Tenho. Não acho que é forma de vida, é forma de sobreviver.
A família conta que a ideia de ir embora da Venezuela está ficando cada vez mais forte.
“Inevitavelmente vai acontecer, com o tempo, tenho que deixar a cidade de Caracas”, diz Gustavo