segunda-feira, 30 de maio de 2016

Deu no 'Jornal Nacional': Comparsa de Lula, o corrupto, Bumlai presta depoimento a Moro e relata empréstimo de R$ 12 milhões

TV Globo


O pecuarista José Carlos Bumlai prestou o primeiro depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Ele falou sobre um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões, que teria beneficiado o PT.
O pecuarista e amigo do ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai, repetiu parte do que já revelou em outros depoimentos: que aceitou fazer o empréstimo fraudulento no Banco Schahin para agradar a cúpula do PT. E que metade dos R$ 12 milhões era para despesas de campanha em Campinas, em 2004.
Segundo delatores, entre eles um dos sócios do Banco Schahin, o empréstimo foi considerado quitado em 2009. O pagamento teria sido por meio de um contrato com a Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10.000.
Nesta segunda (30), Bumlai disse que não sabia que o empréstimo seria pago com o contrato do navio.
Moro: Quando o senhor falou do senhor Vaccari, não foi mencionado o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000?
Bumlai: Para mim, ele não falou. Eu acho que, primeiro, ele ficou em dúvida se realmente a dívida era do PT.
Moro: Mas a segunda oportunidade?
Bumlai: A segunda oportunidade ele não me falou de que forma ia pagar, até porque eu nem queria conversar mais sobre isso.
Vaccari é o ex-tesoreiro do PT João Vaccari Neto, que segundo Bumlai, participou da negociação do pagamento do empréstimo.
Em seguida, Bumlai voltou atrás ao ser questionado pelo juiz Sérgio Moro, que leu parte do depoimento do pecuarista à Polícia Federal em 2015.
Moro: Que o interrogando acredita que foi usado como testa de ferro na circunstância. Que Vaccari disse que iria ajudá-lo no momento em que o interrogando entendeu em que haveria uma troca de favores, a qual resultaria na concessão do contrato de operação de sondas da empresa e, concomitantemente, na quitação de sua dívida. É isso ou não?
Bumlai: Sim, é o que eu pensei e falei.
O pecuarista negou informações do grupo Schahin, de que o negócio com a Petrobras estava abençoado pelo ex-presidente Lula.
Essa ação da Lava Lato tem mais nove réus, entre eles o filho de Bumlai, Maurício. Ele também foi ouvido nesta segunda (30). Com esses dois interrogatórios, terminou a fase de depoimentos neste processo. Agora, acusação e defesa devem apresentar as suas conclusões. Só depois o juiz Sérgio Moro dará a sentença.
O PT afirmou que nunca contraiu empréstimo com o banco Schahin e que todas as doações recebidas pelo partido ocorreram estritamente dentro da legalidade e foram declaradas à Justiça Eleitoral.
O grupo Schahin não quis se manifestar.
A defesa do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, afirmou que as informações de Bumlai são de alguém que fez delação premiada e que dependem de comprovação, e que essa comprovação jamais existirá, porque as informações não são verdadeiras.