segunda-feira, 30 de maio de 2016

Agenda oficial do Planalto contradiz Dilma 'trambique' sobre encontros com Odebrecht. Além de corrupta, mentirosa contumaz...


A presidente afastada Dilma Rousseff e Marcelo Odebrecht - Gabriel de Paiva / Agência O Globo


Empreiteiro esteve com a petista pelo menos duas vezes no Alvorada



A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou, em entrevista publicada no último domingo pelo jornal “Folha de S. Paulo”, que "nunca" recebeu no Palácio da Alvorada o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, alvo da Operação Lava-Jato. Sua agenda oficial disponível no site do Planalto, no entanto, mostra que Dilma recebeu pelo menos duas vezes o empresário para reuniões no Alvorada em 2014, ano em que disputou a reeleição. Na entrevista, Dilma também fez duros ataques ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a quem, segundo ela, “Temer terá de se ajoelhar”.

"Eu não recebi nunca o Marcelo no [Palácio da] Alvorada. No Planalto, eu não me lembro”, disse Dilma ao ser questionada sobre o número de encontros com o empreiteiro.
Segundo o portal do Planalto, por outro lado, a petista se encontrou com Odebrecht nos dias 26 de março e 25 de julho de 2014 no Alvorada. Também foram registradas reuniões nos dias 1 de janeiro e 10 de outubro de 2013, mas sem indicações do local das conversas.


Marcelo Odebrecht está preso desde o primeiro semestre do ano passado e já foi condenado a 19 anos e quatro de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. A força-tarefa da Lava-Jato investiga repasses da Odebrecht ao publicitário João Santana, marqueteiro responsável pelas campanhas de Dilma em 2010 e 2014. O GLOBO tenta entrar em contato com a assessoria de imprensa da presidente afastada.


Agenda mostra reunião de Dilma e Marcelo no Alvorada - Reprodução / Palácio do Planalto

Reunião em 26 de março de 2014 registrada na agenda oficial de Dilma - Reprodução / Palácio do Planalto



Como vice-presidente, o interino Michel Temer também se reuniu com Marcelo Odebrecht em Brasília. Ocorreram encontros nos dias 11 de abril e 27 de junho de 2011, no início do primeiro governo Dilma.

A negação de Dilma sobre suas reuniões oficiais com Odebrecht ocorre na semana em que gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado indicam o temor de políticos do PMDB com uma possível delação premiada do empreiteiro. Em um dos áudios, o ex-presidente José Sarney fala sobre o risco do processo atingir Dilma Roussef.

SARNEY – A Odebrecht [...] vão abrir, vão contar tudo. Vão livrar a cara do Lula. E vão pegar a Dilma. Porque foi com ele quem tratou diretamente sobre o pagamento do João Santana foi ela. Então eles vão fazer. Porque isso tudo foi muito ruim pra eles. Com isso não tem jeito. Agora precisa se armar. Como vamos fazer com essa situação. A oposição não vai aceitar. Vamos ter que fazer um acordo geral com tudo isso.

MACHADO – Inclusive com o supremo. E disse com o Supremo, com os jornais, com todo mundo.