Vinícius Sassine - O Globo
Ex-gestores e o diretor financeiro terão que explicar os prejuízos apontados
Na prática, a citação é o início das tomadas de contas especiais, procedimentos abertos para se apurar as responsabilidades e tentar obter o ressarcimento do dinheiro. O TCU responsabilizou dez gestores e ex-gestores, mas apenas oito serão citados nesta semana porque eles darão explicações sobre duas fatias específicas do prejuízo total de US$ 792,3 milhões.
A medida não inclui a presidente da Petrobras, Graça Foster. Depois da descoberta de um erro na auditoria do tribunal, ela passou incluída na lista de responsáveis, mas se livrou da medida do bloqueio de bens. O prejuízo a que ela responde ainda não entrou nesta leva de citações.
O primeiro grupo a ser citado, supostamente responsável por um prejuízo de US$ 580,4 milhões, é composto por José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras; Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional; Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento; Almir Barbassa, diretor financeiro; Renato Duque, ex-diretor de Abastecimento; Guilherme Estrella, ex-diretor de exploração e produção; Ildo Sauer, ex-diretor de gás e energia; e Luís Carlos Moreira da Silva, ex-gerente da área internacional.
A responsabilidade apontada, nesse caso, foi a assinatura dos contratos junto à Astra desconsiderando laudos de consultorias favoráveis à Petrobras. As respostas devem ser dadas por escrito, num prazo de 15 dias.
Cerveró e Gabrielli também devem dar explicações sobre um suposto prejuízo de US$ 79,8 milhões. Tratativas com a Astra e uma carta de intenções para a compra da segunda metade da refinaria de Pasadena levaram em conta valores superiores aos do acordo de acionistas, segundo o TCU, o que levou à configuração do prejuízo.