sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Prévia da inflação de Dilma acelera em setembro e passa teto da meta em 12 meses

UOL


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, acelerou para 0,39% em setembro, em comparação com 0,14% em agosto.

Com isso, no acumulado dos últimos 12 meses o índice atingiu 6,62% e ultrapassou o teto da meta do governo.

O objetivo do governo é manter a inflação anual em 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Ou seja, o objetivo é manter a inflação entre 2,5% e 6,5%.

De janeiro a setembro, o IPCA-15 acumula alta de 4,72%, superior à taxa de 3,97% do mesmo período de 2013.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (19) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em setembro de 2013, a taxa havia sido de 0,27%.

Alimentação fica mais cara, com carnes, comida fora de casa e leite longa vida

A maioria dos itens pesquisados teve aceleração na alta dos preços em relação a agosto, segundo o IBGE.

Os preços dos alimentos voltaram a subir, com alta de 0,28% em setembro, após um recuo de 0,32% em agosto.

A alta foi motivada, principalmente, pelas carnes, que ficaram 2,3% mais caras de um mês para o outro; também contribuíram a refeição fora de casa, que teve aumento de 0,9%, e o leite longa vida, com 1,47% de alta.

Outros grupos que tinham registrado queda em agosto tiveram alta em setembro: vestuário (de -0,18% para 0,17%), despesas pessoais (de -0,67% para 0,31%) e comunicação (de -0,84% para 0,56%).

Entre as despesas pessoais, destaque para as diárias dos hotéis, que tinham registrado baixa de 23,54% em agosto e, em setembro, ficaram relativamente estáveis, com leve queda de 0,09%.
Por outro lado, alguns grupos tiveram alta menor que em agosto: habitação (de 1,44% para 0,72%), saúde e cuidados pessoais (de 0,55% para 0,30%) e educação (de 0,42% para 0,20%).

Metodologia

Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período de 14 de agosto a 12 de setembro (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de julho a 13 de agosto (base).

O indicador refere-se às famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.


Real completa 20 anos; entenda o plano 8 fotos

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O Brasil tinha hiperinflação desde os anos 80. Em 1993, a inflação foi de 2.477,15% ao ano (IPCA). Só no mês de junho de 1994, antes de o real entrar em circulação, a inflação foi de 47,43%. Um carro popular de R$ 35 mil custaria quase R$ 500 a mais no dia seguinte. Um ano depois, sairia a R$ 3,74 milhões Leia mais Marcos Farrell/UOL
 

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As empresas não conseguiam planejar seus custos, e os salários dos trabalhadores, apesar de serem reajustados mensalmente, não acompanhavam a alta dos preços. Antes do real, foram feitos outros planos, como o cruzado (no governo de José Sarney, de 1985 a 1990), que congelaram preços para tentar derrubar a inflação, mas não resolveram. Sempre faltava mercadoria, e os produtos eram vendidos no mercado negro, por preços mais altos. Havia fila para comprar de carne a carros Leia mais Marcos Farrell/UOL
 
 

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O Plano Real começou a ser elaborado em 1993, no governo do presidente Itamar Franco (1992-94), morto em 2011. O ministro da Fazenda era Fernando Henrique Cardoso. Ele criou um grupo com André Lara Resende, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pedro Malan e Persio Arida, responsáveis pelo projeto Leia mais Marcos Farrell/UOL
 
 

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O Plano foi dividido em três fases. A primeira ajustou as contas públicas, cortando despesas do governo. A segunda etapa foi a implantação da URV (Unidade Real de Valor), uma moeda virtual. O último estágio foi a transformação da URV no real. Os planos anteriores eram feitos de surpresa e em finais de semana. O lançamento do real foi avisado com antecedência de meses, e preparado com o uso da URV. Essas são duas das razões de o plano ter dado certo, segundo economistas Leia mais Marcos Farrell/UOL
 
 

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Nas lojas e supermercados, os preços foram remarcados com valores em URV. A URV não era uma moeda física; foi apenas uma unidade de conversão. A moeda que estava em circulação era o cruzeiro real. O valor da URV em relação ao cruzeiro real era corrigido diariamente. No seu primeiro dia de funcionamento, 1 URV valia CR$ 647,50 (cruzeiros reais). No dia seguinte, o valor passou a CR$ 657,50 Leia mais Marcos Farrell/UOL
 
 

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O frango foi um símbolo do Plano Real, pois um quilo podia ser comprado com 1 URV. Na prática, o preço do frango estaria marcado como 1 URV na prateleira do mercado. No caixa, o valor seria convertido e pago como o cruzeiro real. No primeiro dia em que a URV começou a valer, por exemplo, o frango custaria CR$ 647,50 Leia mais Marcos Farrell/UOL
 
 

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A URV começou a valer em 1º de março de 1994 e tinha data marcada para acabar: 30 de junho de 1994 (no dia seguinte, 1º de julho, passava a circular o real). Em julho, 1 URV virou R$ 1 (um real). Segundo economistas, a URV é que foi a grande ideia. Mesmo se um vendedor não subisse o preço do seu produto, o valor estaria sendo corrigido diariamente. Se um quilo de frango custasse 1 URV num dia, e esse preço em URV fosse mantido por um mês, ainda assim o valor estaria sendo corrigido. O vendedor receberia CR$ 647,50 por 1 kg de frango no primeiro dia de funcionamento da URV, por exemplo, e um número maior de cruzeiros reais dali a um mês Leia mais Marcos Farrell/UOL
 
 

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A valorização da URV teria ajudado psicologicamente o brasileiro a se livrar da hiperinflação, pois ajudou a organizar o aumento de preços, que antes era feito com base na expectativa de inflação futura, e não só no aumento real de custos. Quando chegou 1º de julho de 1994, parecia justo para produtores, vendedores e clientes que um frango custasse R$ 1 (e todos os outros produtos também mantivessem seu preço em real) Leia mais Marcos Farrell/UOL