Aline Ribeiro e Guilherme Evelin - Epoca
A candidata à Presidência da República pelo PSB elogia o ex-presidente do Banco Central no governo FHC, promete acabar com o Bolsa Empresário e afirma que Dilma é comandada pelo “marketing selvagem” de João Santana
A candidata à Presidência da República Marina Silva (PSB) está rouca e ainda mais magra. Perto da reta final da campanha eleitoral, aumentou o ritmo dos compromissos. Nas três últimas semanas, visitou cidades na Paraíba, no Ceará, em São Paulo, no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. O corre-corre deverá piorar nos próximos dias. Marina diz que, para chegar ao segundo turno, terá de “continuar andando de manhã, de tarde e de noite”.
Para suportar a rotina frenética e enfrentar os adversários políticos, Marina conta com uma equipe de assessores zelosos. Além daqueles que planejam sua agenda, ou dos que a abastecem de informações técnicas nas mais diversas áreas, há os responsáveis exclusivamente por cuidar de sua alimentação supercontrolada. Alérgica a uma lista de substâncias devido a doenças que contraiu quando morou num seringal do Acre, Marina tem uma dieta rigorosa. Na última quinta-feira, um prato com mamão e morangos cortados de forma calculada a esperava sobre a mesa da sala de reuniões de um hotel no Rio de Janeiro, quando recebeu a equipe de ÉPOCA para esta entrevista.
Ao lado de João Paulo Capobianco, amigo e ex-secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, e de Nilson de Oliveira, coordenador de comunicação da campanha, Marina Silva chegou com seu visual de sempre: o cabelo amarrado num coque, maquiagem suave e um colar feito por ela mesma. A novidade, desta vez, foi o nada discreto broche de madeira sobre o terno claro, estampando o “40” de sua legenda. “Não vou tirar para fazer a foto porque ninguém sabe meu número”, afirmou. As pesquisas eleitorais mostram que pelo menos um terço dos eleitores de Marina ainda não sabe que número devem apertar ao chegar às urnas eletrônicas no próximo dia 5 de outubro.
Antes de começar a entrevista, Marina Silva tomou uma colherada generosa de mel para recuperar a voz gasta nos comícios dos últimos dias. Falou sobre o poder exagerado do marqueteiro João Santana na campanha da presidente Dilma Rousseff (PT). Elogiou o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso – anunciado pelo candidato Aécio Neves (PSDB) como seu ministro da Fazenda, caso seja eleito. Dias antes, Armínio defendera Marina dos ataques da campanha do PT. Marina não falou mal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não escondeu sua mágoa com o “marketing selvagem, contra o qual não há argumentos”. Disse que pede todos os dias em suas orações pelo “fim da política do ódio”.
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