sábado, 20 de setembro de 2014

Haddad, o maníaco, agora quer a “Bolsa Bicicleta”: dar desconto de IPTU...

Blog Reinaldo Azevedo - Veja

E ainda faltam 833 dias para a gente se livrar dele…


Começo a temer pela sanidade, digamos, intelectual do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, o maníaco da bicicleta. Agora ele tem outra ideia, em conjunto com uma vereadora do partido, a senhora Juliana Cardoso: dar um desconto no IPTU para empresas que criarem bicicletários, incentivando os funcionários a andar de bicicleta — que boa parte da imprensa brasileira passou a chamar, sei lá, por quê, de “bike”, o que me envergonha um pouco. A palavra já dispensa até as aspas em jornais, revistas e sites. Ou por outra: a “bike”, não a bicicleta, já é uma quase unanimidade, digamos, ideológica nas redações. Agora só falta a adesão do povo.
Para um prefeito que tentou meter no ano passado um reajuste escorchante do IPTU — que acabou sendo barrado pela Justiça —, a proposta de isenção chega a ser acintosa. É que o homem da ideia fixa já tentou forçar o paulistano a andar de bicicleta na base da porrada, impondo as ciclofaixas e mobilizando seus fiscais para enfiar a mão no bolso dos motoristas que invadirem esses espaços sagrados. Não deu certo. Os ciclistas não apareceram.
As ciclofaixas de Haddad são imensas solidões vermelhas, onde se pode ver de tudo, menos bicicleta. Pior: como muita gente entende aquilo como terra de ninguém, noto que acaba virando depósito de lixo. Nesta sexta, por exemplo, choveu em São Paulo — pouca chuva, infelizmente. Mas estava ali aquela coisinha chata, que os portugueses chamam “molha-bobos”.
Em dias de chuva, o trânsito da cidade já é especialmente perverso — entre outras razões porque muitos sinais param de funcionar, ficam embandeirados. Haddad não dá bola para essa bobagem. Não seria ontem, claro!, que dariam as caras os ciclistas que já não aparecem nos dias secos. Era surrealista ver o caos instalado nas ruas e aquele deserto vermelhão do prefeito, ali, entregue a ninguém.
Ainda faltam 833 dias para Haddad deixar o governo, já contando o 29 de fevereiro de 2016, ano bissexto. Ele está aí não faz dois anos. A gente tem a impressão de que faz uns dez…
Isso é desespero. Haddad está apelando a uma espécie de “Bolsa Bicicleta” para ver se consegue povoar as ciclovias. Ainda que, com o tempo, algumas bicicletas apareçam, é evidente que, em São Paulo, por múltiplas razões, não serão uma alternativa de transporte. Ocorre que o prefeito sequestrou as vias públicas como se elas fossem. As pouquíssimas que vi serviam ao lazer: ou era a molecada dando um rolê ou eram aqueles senhores um pouco estranhos, com roupas bem coladas ao corpo, dando também um, digamos, rolê…
Numa entrevista coletiva de Haddad, fiquei sabendo, um militante disfarçado de jornalista, sem identificação do veículo de comunicação a que pertencia, fez uma pergunta ao alcaide que lhe deu a chance de hostilizar os raros setores da imprensa que têm a coragem de criticar a sua ciclomania e de zombar de sua ridícula ideia fixa.
O truque é velho, sem deixar de ser, é evidente, intelectualmente vigarista.