sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Dilma ´trambique`, ´a estadista do Mensalão`, diz que influência de pesquisa eleitoral na Bolsa é 'ridícula'

Gabriel Castro - Veja

Presidente-candidata ficou irritada com a relação entre suas oscilações nas pesquisas de intenção de voto e o desempenho do mercado de ações


A presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) demonstrou, nesta sexta-feira, irritação com a reação da Bolsa de Valores a suas oscilações nas pesquisas de intenção de voto – quando Dilma sobe, a Bolsa cai e quando a petista cai, as ações sobem. Dilma classificou a situação como “ridícula”.
"Eu acho ótima a reação da Bolsa. Quando a Bolsa cai eu falo: 'Será que eu subi?' Está ficando ridículo, isso. Especulação tem limite, e acho que tem gente ganhando com isso. Eu não sou, eu perco. Acho desagradável o fato de acharem que uma coisa está vinculada à outra", disse ela, em entrevista concedida no Palácio da Alvorada.
A rejeição dos investidores ao atual governo se tornou evidente nos últimos meses. Cada sinal negativo para a campanha da petista tem se traduzido em alta na Bolsa, e vice-versa. Nesta sexta, com o crescimento da presidente na pesquisa Datafolha, a Bovespa opera em queda.
Santinhos – Dilma também negou que haja qualquer irregularidade no envio de seu material de campanha pelos Correios. O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta sexta que panfletos da petista foram distribuídos sem que houvesse chancela ou comprovante de postagem. Isso impede que a quantidade de material enviado seja conferida. 
A petista afirmou que a campanha tem as notas fiscais e cumpriu as regras dos Correios. Segundo a presidente, é um "equívoco monumental" crer que há alguma irregularidade na operação. "Mistura de público e privado é se eu botasse as cartas no Correio e não pagasse. Eu estou dizendo que paguei o que mandei", afirmou.
Lava Jato – A presidente disse ainda que o governo vai pedir formalmente que o Supremo Tribunal Federal (STF) informe se há integrantes do Executivo envolvidos na delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal já se negaram a repassar essas informações ao Ministério da Justiça. "Agora pedirei para o juiz. Quem é o juiz? Neste caso, é o ministro do Supremo Teori Zavascki: quero ser informada se no governo tem alguém envolvido". VEJA revelou que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foi citado como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras.
Presidente-candidata – A confusão das agendas de presidente e candidata ficou evidente mais uma vez nesta sexta. Pela manhã, na condição de chefe de governo, ela recebeu atletas olímpicos e paralímpicos no Palácio do Planalto. Em seguida, embarcou no carro oficial e seguiu para o Alvorada, onde falou como candidata e iniciou o discurso tratando dos incentivos do governo para o esporte.