quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Depois de 15 horas, votação é encerrada na Escócia. Levantamento aponta vitória do 'não' com 54%

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Funcionários fazem contagem de votos em um centro de Edimburgo, na Escócia
Funcionários fazem contagem de votos em um centro de Edimburgo, na Escócia (Paul Hackett/Reuters)
Após 15 horas de votação, os colégios eleitorais foram fechados na Escócia e a votação doplebiscito de independência foi concluída. O resultado oficial deverá ser divulgado na madrugada desta sexta-feira, pelo horário de Brasília.
Uma participação recorde é esperada, com mais de 4,2 milhões de eleitores registrados. Pela primeira vez, jovens de 16 e 17 anos de idade foram autorizados a votar. Mais de 5.500 sessões de votação foram espalhadas por 32 distritos.
A pergunta feita aos eleitores foi “A Escócia deve ser um país independente?”. Pesquisas pré-votação indicavam uma vitória apertada do ‘não’, com margem entre quatro e seis pontos percentuais. Uma maioria simples é suficiente para determinar o resultado do plebiscito.
Pesquisas de boca-de-urna não são permitidas, mas o instituto YouGov divulgou minutos depois do encerramento da votação uma nova pesquisa, depois de voltar a consultar eleitores que responderam a levantamentos realizados antes do plebiscito. A eles foi perguntado se mantiveram nas urnas o voto planejado previamente. O resultado mostrou vitória do 'não' com 54%, contra 46% para o 'sim'.

Dez questões sobre a independência da Escócia

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Como vai funcionar o plebiscito?

Os eleitores vão responder a uma pergunta simples: A Escócia deve se tornar um país independente? Sim ou não? Uma maioria simples de 51% dos votos válidos é suficiente para assegurar a vitória.  Apenas aqueles que vivem na Escócia vão poder votar. Um projeto aprovado em 2013 reduziu a idade mínima dos eleitores para 16 anos, o que elevou o número de pessoas aptas a votar para 4,2 milhões (de um total de 5,3 milhões de habitantes). Entre esses eleitores estão os cerca de 400.000 cidadãos ingleses e galeses que moram na Escócia, assim como os residentes de outros países da União Europeia e dos mais de cinquenta países da Commonwealth, comunidade que congrega as ex-colônias inglesas e a antiga metrópole. Os 800.000 escoceses que vivem fora do território ficarão à margem da decisão.

Escócia: curiosidades sobre uma possível independência

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A rainha Elizabeth perderá seus súditos escoceses?

A rainha Elizabeth II em visita ao set de filmagem da série 'Game of Thrones', em Belfast, na Irlanda do Norte
Não. Os próprios separatistas escoceses afirmam que querem manter a rainha da Inglaterra como chefe de Estado. O plebiscito da independência só envolve o tratado que uniu a Escócia ao restante do Reino Unido. O acordo anterior, que unificou as coroas, não entrou em discussão. Ainda assim, há um temor de que a separação alimente sentimentos nacionalistas que acabem favorecendo plebiscitos futuros sobre o status da rainha. Na Jamaica, uma tentativa recente nesse sentido não avançou.
O Palácio de Buckingham tem afirmado repetidamente que a rainha está se mantendo neutra sobre a iniciativa escocesa. Em um comunicado, a rainha disse que a questão é um "assunto do povo da Escócia". "A imparcialidade constitucional do soberano é um princípio estabelecido da nossa democracia”, afirmou. Mas uma fonte ligada à realeza declarou recentemente que a rainha está "horrorizada" com a perspectiva de secessão. É na Escócia que Elizabeth II mantém uma de suas residências favoritas, o Castelo de Balmoral. A propriedade é controlada pela família real desde 1852.