quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Cartunista é demitida de jornal após charge sobre Chávez

Veja

A desenhista trabalhava há 18 anos no 'El Universal', um dos principais do país

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Muro é pichado em Caracas como forma de protesto contra o governo de Maduro, na Venezuela
Muro é pichado em Caracas como forma de protesto contra o governo de Maduro, na Venezuela - Diego Braga Norte/Veja.com/VEJA
Uma caricaturista do jornal venezuelano El Universal denunciou nesta quarta-feira que havia sido demitida horas depois de publicar uma charge com o título "Saúde na Venezuela", na qual mudava a assinatura do falecido presidente Hugo Chávez para transformá-la em um desenho de um eletrocardiograma de uma pessoa morta.
"Fui notificada hoje da minha demissão do jornal El Universal por esta caricatura e por minha postura incômoda de fazer denúncias gráficas", escreveu a caricaturista Rayma, que há 19 anos publicava trabalhos no periódico, um dos principais diários da Venezuela. A charge de Rayma foi publicada em meio a uma situação de desabastecimento de medicamentos e materiais hospitalares básicos, que provocaram apelos por uma declaração de emergência sanitária nacional.
Reprodução/Twitter/VEJACharge Rayma_1
A charge que motivou a demissão de Rayma
​Depois do anúncio de Rayma sobre sua demissão, a ilustração começou a ser rapidamente compartilhada em redes sociais, com críticas contra a falta de liberdade de expressão no governo de Nicolás Maduro. A charge também ainda podia ser vista nesta quinta-feira de manhã no site do jornal. Procurado, um representante do El Universal disse que a direção vai divulgar em breve um comunicado sobre a saída de Rayma, sem especificar quando exatamente isso vai acontecer.
O diário El Universal foi identificado com a direita venezuelana durante mais de um século. Mas o jornal foi vendido há um mês e meio à empresa espanhola Epalisticia, passando a adotar uma orientação editorial menos crítica ao governo de Nicolás Maduro. Vários colunistas que deixaram de publicar suas colunas no jornal anunciaram nas redes sociais que seus textos haviam sido rejeitados sem maiores explicações.
(Com agência France-Presse)

Pérolas de Nicolás Maduro

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El Pajarito Chiquitito

Logo na largada de sua campanha eleitoral, Nicolás Maduro deu ao povo venezuelano uma prévia do que seu governo significaria para o país. O então candidato disse que o coronel Hugo Chávez apareceu para ele na forma de um "passarinho" enquanto rezava em uma pequena capela da cidade. “Eu o senti ali como se tivesse nos dando uma benção, dizendo: ‘hoje começa a batalha. Vamos para a vitória, você tem a nossa benção’. Eu senti isso em minha alma.”
Ele voltou a falar em uma conversa com um "passarinho" em julho de 2014, quando afirmou ter ouvido que Chávez, morto em março de 2013, "estava feliz e cheio de amor".