No momento em que sua relação com os democratas atinge o nível mais baixo já visto, Wall Street vislumbra uma solução no horizonte: Hillary Rodham Clinton.
Hillary foi senadora do Estado de Nova York, onde Wall Street tem sua base, e o setor financeiro foi o segundo maior contribuinte para sua campanha presidencial em 2008.
Em sua vida pós-Departamento de Estado, Hillary vem recebendo muitos cachês gordos do Goldman Sachs, J.P. Morgan e outras firmas financeiras para atuar como palestrante, e em suas palestras, ela diz que é improdutivo denegrir o setor financeiro.
E evita usar o tipo de linguagem que desagrada a executivos financeiros, como fez o presidente Barack Obama em 2009 quando falou em banqueiros "fat cats" (algo como "capitalistas que ganham mais e têm mais poder do que merecem").
Mas, enquanto Wall Street tem esperanças de ganhar a adesão calorosa da ex-secretária de Estado, Hillary enfrenta uma onda populista que percorre a política americana, tanto à direita quanto à esquerda.
As críticas aos resgates dados a firmas de Wall Street são um elemento constante nas campanhas do Tea Party. Os republicanos, muitos dos quais se abstiveram propositalmente de se manifestar durante a batalha legislativa em torno da legislação Dodd-Frank e vêm auferindo discretamente os benefícios do desencanto de Wall Street com Obama, estão em choque com a derrota na eleição primária do deputado Eric Cantor, da Virgínia, o ex-líder da maioria republicana.
O adversário de Cantor, David Brat, venceu em parte por ter criticado os vínculos de Cantor com o setor financeiro.
Durante os anos em que Hillary ficou distante da política, a desigualdade de renda tornou-se uma questão política que define o Partido Democrata, elevando uma nova geração de astros políticos como a senadora Elizabeth Warren, do Massachusetts, que defende a fragmentação de grandes instituições financeiras.
No final de junho, Warren fez campanha no Kentucky para a candidata democrata ao Senado Alison Lundergan Grimes. É um sinal de que alguns no partido acreditam que a mensagem da senadora do Massachusetts encontra eco não apenas na esquerda. Hillary ainda não fez campanha em favor de Grimes, mas um assessor disse que é provável que o faça este ano.
"Acho que existe uma janela potencial para os democratas voltarem, mas se for uma ala do partido promovendo o argumento populista –contra os grandes bancos, punindo pessoas, quer elas tenham tido algo a ver com a crise, quer não–, eles vão criar uma situação em que esse pessoal não terá outra opção senão apoiar uma alternativa republicana", disse Bill Daley, ex-chefe de gabinete de Obama, secretário do Comércio na Presidência de Bill Clinton e atual executivo de um fundo hedge.
Em sua campanha de 2008 contra Obama nas primárias, Hillary Clinton destacou o histórico econômico de seu marido na Presidência. Mas Daley sugeriu que fazer campanha com base no que aconteceu na década de 1990 não vai funcionar em 2016.
"Hillary precisa definir o que ela pretende fazer daqui em diante", ele disse.
Estão em jogo não apenas dezenas de milhões de dólares de dinheiro de campanha, mas o rumo das discussões sobre mobilidade social, impostos e regulamentação.
Nos próximos anos, os legisladores podem discutir propostas para permitir que empresas americanas "repatriem" receita ganha no exterior com impostos reduzidos; mudar as garantias dadas pelo governo a financiamentos imobiliários; eliminar a brecha dos "juros carregados", que permite aos administradores de private equity evitar pagar impostos mais altos, e intensificar a regulamentação das negociações com commodities.
"O tempo que Hillary Clinton passou no Senado foi caracterizado por uma disposição de trabalhar com todos os atores, mas ela deixou o Senado justamente quanto a crise estava no auge", disse Francis Creighton, principal lobista da associação comercial Financial Services Roundtable, que representa os maiores bancos e firmas financeiras.
"O setor financeiro não sabe ao certo como a visão dela sobre o que fazemos evoluiu nos últimos cinco anos. A pergunta é: 'Será que suas posições mudaram?'."
Hillary foi senadora do Estado de Nova York, onde Wall Street tem sua base, e o setor financeiro foi o segundo maior contribuinte para sua campanha presidencial em 2008.
Em sua vida pós-Departamento de Estado, Hillary vem recebendo muitos cachês gordos do Goldman Sachs, J.P. Morgan e outras firmas financeiras para atuar como palestrante, e em suas palestras, ela diz que é improdutivo denegrir o setor financeiro.
E evita usar o tipo de linguagem que desagrada a executivos financeiros, como fez o presidente Barack Obama em 2009 quando falou em banqueiros "fat cats" (algo como "capitalistas que ganham mais e têm mais poder do que merecem").
Mas, enquanto Wall Street tem esperanças de ganhar a adesão calorosa da ex-secretária de Estado, Hillary enfrenta uma onda populista que percorre a política americana, tanto à direita quanto à esquerda.
As críticas aos resgates dados a firmas de Wall Street são um elemento constante nas campanhas do Tea Party. Os republicanos, muitos dos quais se abstiveram propositalmente de se manifestar durante a batalha legislativa em torno da legislação Dodd-Frank e vêm auferindo discretamente os benefícios do desencanto de Wall Street com Obama, estão em choque com a derrota na eleição primária do deputado Eric Cantor, da Virgínia, o ex-líder da maioria republicana.
O adversário de Cantor, David Brat, venceu em parte por ter criticado os vínculos de Cantor com o setor financeiro.
Durante os anos em que Hillary ficou distante da política, a desigualdade de renda tornou-se uma questão política que define o Partido Democrata, elevando uma nova geração de astros políticos como a senadora Elizabeth Warren, do Massachusetts, que defende a fragmentação de grandes instituições financeiras.
No final de junho, Warren fez campanha no Kentucky para a candidata democrata ao Senado Alison Lundergan Grimes. É um sinal de que alguns no partido acreditam que a mensagem da senadora do Massachusetts encontra eco não apenas na esquerda. Hillary ainda não fez campanha em favor de Grimes, mas um assessor disse que é provável que o faça este ano.
"Acho que existe uma janela potencial para os democratas voltarem, mas se for uma ala do partido promovendo o argumento populista –contra os grandes bancos, punindo pessoas, quer elas tenham tido algo a ver com a crise, quer não–, eles vão criar uma situação em que esse pessoal não terá outra opção senão apoiar uma alternativa republicana", disse Bill Daley, ex-chefe de gabinete de Obama, secretário do Comércio na Presidência de Bill Clinton e atual executivo de um fundo hedge.
Em sua campanha de 2008 contra Obama nas primárias, Hillary Clinton destacou o histórico econômico de seu marido na Presidência. Mas Daley sugeriu que fazer campanha com base no que aconteceu na década de 1990 não vai funcionar em 2016.
"Hillary precisa definir o que ela pretende fazer daqui em diante", ele disse.
Estão em jogo não apenas dezenas de milhões de dólares de dinheiro de campanha, mas o rumo das discussões sobre mobilidade social, impostos e regulamentação.
Nos próximos anos, os legisladores podem discutir propostas para permitir que empresas americanas "repatriem" receita ganha no exterior com impostos reduzidos; mudar as garantias dadas pelo governo a financiamentos imobiliários; eliminar a brecha dos "juros carregados", que permite aos administradores de private equity evitar pagar impostos mais altos, e intensificar a regulamentação das negociações com commodities.
"O tempo que Hillary Clinton passou no Senado foi caracterizado por uma disposição de trabalhar com todos os atores, mas ela deixou o Senado justamente quanto a crise estava no auge", disse Francis Creighton, principal lobista da associação comercial Financial Services Roundtable, que representa os maiores bancos e firmas financeiras.
"O setor financeiro não sabe ao certo como a visão dela sobre o que fazemos evoluiu nos últimos cinco anos. A pergunta é: 'Será que suas posições mudaram?'."