quinta-feira, 3 de julho de 2014

Taxa de desemprego nos EUA cai para 6,1%, a menor desde setembro de 2008

O Globo

Em junho, economia americana criou 288 mil postos de trabalho




WASHINGTON - A taxa de desemprego nos EUA recuou para 6,1% em junho, informou nesta sexta-feira o Departamento de Trabalho americano. No mês passado, foram criadas 288 mil vagas fora do setor agrícola. Economistas ouvidos pelo jornal “Wall Street Journal” e pela agência Bloomberg News esperavam aumento de 215 mil postos de trabalho, com a taxa estável em 6,3%.
Com o resultado, a economia americana completa cinco meses seguidos de criação de vagas acima do patamar de 200 mil pela primeira vez desde janeiro de 2000, de acordo com levantamento do “WSJ”. O governo revisou os dados de maio, mostrando criação de 224 mil vagas, maior que as 217 mil previamente estimadas. Já o número de abril foi recalculado de 282 mil para 304 mil, transformando o desempenho daquele mês no melhor desde janeiro de 2012.

O rendimento médio por hora cresceu 0,2% pelo segundo mês seguido, na comparação entre junho e maio, para US$ 24,45. Em 12 meses, a alta é de 2%. A média de trabalho semanal para todos os empregados se manteve em 34,5 horas.

— O mercado de trabalho engatou uma marcha melhor no segundo trimestre. É preciso olhar os dados após o primeiro trimestre, e eles são muito bons. Até os dados de habitação melhoraram — disse Ward McCarthy, economista-chefe da Jehhries LLC, à Bloomberg News antes da divulgação do resultado.

Os dados do mercado de trabalho têm sido recorrentemente apontados pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) e analistas como um termômetro da atividade econômica. A expectativa do mercado é que o PIB americano cresça 3% em 2014, mesmo após o fraco desempenho do primeiro trimestre, causado pelo rigoroso inverno do início do ano.

Apesar dos sinais de recuperação, a taxa de desemprego continua acima do patamar de 4% ou 5% nos meses anteriores à crise que começou a afetar a economia em dezembro de 2007. Além disso, analistas afirmam que a melhora da taxa subestima outros problemas do mercado de trabalho, como a baixa procura por vagas, mostrando que parte dos americanos pode estar desistindo de procurar emprego, pelo menos por enquanto. Sinal disso é que 62,8% da população está trabalhando ou procurando emprego, menor percentual em 30 anos.

Também preocupa que a maioria das vagas estejam surgindo em setores que pagam menos. A maior contribuição foi do segmento de varejo, com 40 mil novos postos de trabalho. Um contraste em relação ao desempenho de setores mais bem remunerados, como a indústria e construção civil, que criaram 16 mil e 6 mil postos de trabalho, respectivamente.