terça-feira, 29 de julho de 2014

Pressionado, Santander demite analista que revelou a ameaça que Dilma ´trambique` representa para o Brasil

Veja e Reuters

Presidente do grupo disse que 'a pessoa foi demitida', ao ser questionado sobre a análise com perspectivas econômicas ruins caso a presidente seja reeleita

Presidente mundial do Banco Santander, Emilio Botín fala sobre o III Encontro Internacional de Reitores Universia, que acontecerá no Rio, em 2014
Presidente mundial do Banco Santander, Emilio Botín confirma demissão de funcionário (Fábio Gonçalves/ Agência O Dia )


O presidente do Conselho do Santander, Emilio Botín, confirmou nesta terça-feira que uma pessoa foi demitida do Santander Brasil devido à nota enviada a clientes de alta renda com comentários negativos sobre o governo Dilma Rousseff e as perspectivas econômicas ruins caso ela se reeleja. "A pessoa foi demitida", disse Botín a jornalistas nesta terça-feira, recusando-se a dar mais informações a respeito.

Na sexta-feira, a imprensa divulgou os comentários enviados pelo Santander Brasil junto com o extrato bancário de cerca de 40.000 clientes do segmento Select, de renda superior a 10.000 reais. Intitulado Você e Seu Dinheiro, o texto afirmava que se a presidente (Dilma Rousseff) subir ou se estabilizar nas pesquisas de intenção de voto, o câmbio se desvalorizará e a bolsa reverterá parte das altas recentes.

O teor dos comentários provocou pronta reação do Palácio do Planalto e do PT, o que levou o Santander Brasil a publicar uma nota com um desconfortável pedido de desculpas. Em sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo na segunda-feira, a presidente classificou o direito a liberdade de expressão da equipe de análise do banco como "inadmissível" e disse que cobraria pessoalmente explicações do presidente do banco.

No mesmo dia em que o governo se armou contra o Santander, o PT silenciosamente protocolou uma representação contra a consultoria de investimentos Empiricus Research no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A justificativa foi a mesma que a usada pelo presidente do PT, Rui Falcão, para recriminar o banco espanhol: "terrorismo eleitoral". Ou, de forma mais sofisticada, "fazer manifestações que interfiram na decisão de voto".


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