quinta-feira, 3 de julho de 2014

O repórter se espreme na “zona mista” para jornalistas, consegue com sacrifício chegar até Messi e… Vejam só

Blog Ricardo Setti - Veja

 

Jornalistas se amontoam na "zona mista" -- no caso, do Beira-Rio -- para ouvir Messi. Mas para ouvir o que, mesmo? (Foto: Leandro Behs/Agência RBS)
Jornalistas se amontoam na “zona mista” — no caso, do Beira-Rio — para ouvir Messi. Mas para ouvir o que, mesmo? (Foto: Leandro Behs/Agência RBS)


O Miguel Icassati, ótimo jornalista, atualmente editor-chefe da revista Men’s Health, da Editora Abril — onde faz brilhante carreira, já tendo trabalhado em várias revistas –, também adora futebol.
Fez parte da equipe que publicou, durante quase um ano, o encarte Brasil na Copa, com cerca de 2 milhões de exemplares, que circulou com diferentes revistas da Abril no período anterior ao Mundial.

Agora, além de suas funções na Men’s Health, ele está integrando a equipe de VEJA e PLACAR que cobre a Copa 2014.

É dele o curto e bem humorado relato abaixo, em que o personagem principal não é Messi, mas a tal Zona Mista — o humilhante “cercadinho” a que os jornalistas que cobrem Copas e grandes competições ficam confinados para tentar extrair alguma informação ou comentário dos jogadores após as partidas quando eles, entediados, muitos já ouvindo música por seus áudio-fones, se dirigem aos ônibus de suas equipes que os levarão do estádio.

O episódio ocorreu após a partida Argentina 1 x Suíça 0, anteontem, dia 1º, na Arena Corinthians, em São Paulo.


UMA PERGUNTA PARA MESSI

Por Miguel Icassati, para o site da revista PLACAR

Basta que um jogador tenha a bondade de parar e atender à pergunta de um jornalista, para que se comece a entender por que a Zona Mista de uma partida de Copa do Mundo é chamada de… Zona Mista.

Com celulares e gravadores estrangeiros indo em direção à boca do boleiro e tirando fina do seu queixo, você, que fez a pergunta, tem de ser tão ligeiro quanto um Neymar para se desviar de cotoveladas argentinas, suíças, alemãs e do fogo amigo brasileiro.

É um cada-um-por-si dos diabos, mas chega a valer a pena quando você consegue esticar o braço para um Messi apressado, ziguezagueando o cercadinho que separa a malta jornalística do caminho que o levaria ao ônibus da delegação argentina.

Cres que vá a avanzar a una final Brasil y Argentina? – perguntei a Messi em bom portunhol.

– No – respondeu-me Messi meio de lado, caminhando, depois de ter visto quem lhe fez a pergunta.