segunda-feira, 28 de julho de 2014

'FT': credores da Argentina podem abrir mão de equiparação aos 'abutres'

Grupo representa US$ 4 bilhões dos US$ 11 bilhões em bônus Discount e Par

 
BUENOS AIRES - Um grupo de credores da Argentina que aceitaram a reestruturação da dívida de 2001 disse que poderia renunciar a uma cláusula em seus contratos que poderia ajudar o governo a alcançar um acordo com os credores não reestruturados (“holdouts”) e evitar um novo calote do país na quarta-feira, informou o “Financial Times”, citando fontes anônimas.

Segundo o FT, credores que detêm mais de US$ 4 bilhões – US$ 11 bilhões – em bônus Discount e Par enviaram uma carta a Daniel Pollack, mediador designado pela Corte de Nova York, para as conversações sobre a dívida argentina, na qual propõem aprimorar as conversas para um acordo.
Os credores ofereceram a renúncia à cláusula de direitos sobre ofertas futuras (Rufo), que estipula que se deve compensar aos credores reestruturados de 2005 e 2010 em caso de qualquer acordo que a Argentina chegue com os detentores de bônus que não participaram das renegociações.

O relato confirma as declarações que advogados representantes dos bônus lastreados em euros deram à corte de Nova York, no último dia 22. Christopher Clark, um destes advogados, disse ao juiz Thomas Griesa que “estaria certamente disposto a considerar e aceitar uma renúncia efetiva à clásula Rufo se isso ajudar as negociações”.

A Argentina pagou, nesta segunda-feira, US$ 642 milhões ao Clube de Paris (instituição informal constituída por 19 países desenvolvidos), informou o Ministério da Economia. O acordo com os países membros do Clube de Paris consta do refinanciamento da dívida de US$ 9,6 bilhões.