Leiam trechos de minha coluna na Folha de hoje.
Os alemães execram esse teatro ridículo e têm uma palavra para defini-lo –na verdade, uma metáfora: “Schwalbe”, que quer dizer “andorinha”. É um pássaro de asas curtas em relação ao corpo e que voa rente ao solo, lembrando o atleta que agita, desajeitado, os braços ao encenar uma falta que não existiu. Boateng chegou a imitar com as mãos o voo da “Schwalbe”.
Naquele pênalti patético cavado por Fred contra a Croácia, a imprensa alemã o chamou de “Schwalbinho”, acrescentando à palavra o sufixo do diminutivo que costuma vir colado a nomes de alguns de nossos craquinhos.
Apesar da humilhação dos 7 a 1, nunca foi tão civilizado perder. Os alemães vieram dispostos a conquistar também o coração dos brasileiros. Jogaram um futebol bonito, honesto, respeitoso. Quando os canarinhos estavam sem ânimo até para imitar andorinhas, os adversários não começaram a dar toquinhos de lado, a fazer firulas ou gracejos destinados a humilhar quem já não tinha mais nada. Ao contrário: um deles aplaudiu o gol de honra de Oscarzinho.
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A simulação da falta é um vício nacional. No futebol, na vida, na política. Acusar o adversário de uma transgressão que ele não cometeu é uma falha moral grave. Trata-se de reivindicar a licença para reagir àquilo que não aconteceu, tentando fazer com que o outro pague uma conta indevida. Um dia antes da partida fatídica, a presidente Dilma Rousseff, demonstrando que anda com pouco serviço –e só gente muito ocupada tem tempo de fazer direito o seu trabalho–, resolveu participar de um bate-papo numa rede social. Exaltou o heroísmo de Neymar, discorreu sobre a garra do povo brasileiro e, ora vejam!, censurou os “urubus do pessimismo”.
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Ouça o que diz Boateng, presidente! Levante-se da área! Jogue limpo! É muito melhor vencer com honra. Ou honrar o vencedor.*
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