Réveillon no litoral norte de SP custa quatro vezes mais que viagem à Disney
Temporada. Os pacotes de hotéis de 5 a 10 dias variam de R$ 1,2 mil a R$ 34,1 mil; nas praias, ambulantes vendem a R$ 10 uma lata de cerveja e até para usar o banheiro tem restaurante que cobra R$ 15. Um pacote de sete dias em Orlando sai por R$ 7.630
Reginaldo Pupo
- O Estado de S.Paulo
Passar o réveillon no litoral norte de São Paulo pode custar mais que uma
viagem internacional. Embora praticamente toda a rede hoteleira já esteja lotada
para o período, pode haver desistências de última hora. Os pacotes de 5 a 10
dias variam de R$ 1,2 mil, em pousadas mais simples, a R$ 34,1 mil em hotéis de
condomínios de luxo. Para ter uma ideia, há pacotes de sete dias para Madri por
R$ 5.180 e de cinco dias para Disney por R$ 7.630.
Embora tradicionalmente Caraguatatuba receba turistas das classes C e D, é nesta cidade onde há o pacote de réveillon mais caro. No hotel que funciona no condomínio Costa Verde, o pacote mais barato para casal, por um período de cinco dias, sai por R$ 10,3 mil. Já o casal que preferir ficar dez dias na suíte mais luxuosa, com direito a ofurô e varanda privativa, terá de desembolsar R$ 34, 1 mil.
Já o DPNY Beach Hotel, localizado na Praia do Curral, em Ilhabela, tem pacotes que variam de R$ 11,9 mil a R$ 30 mil para casal. O empreendimento foi eleito o melhor hotel de luxo pé na areia da América do Sul, pelo anuário da Condé Nast.
Mas a cidade de Ilhabela, acostumada a receber turistas de maior poder aquisitivo, também tem pousadas com preços mais acessíveis. Na Morada Via Panorâmica, o valor sai por R$ 1,2 mil.
"Todas as suítes estão reservadas desde outubro. Até o dia 5 de janeiro estamos sem vagas", disse o proprietário Afrânio Bittencourt. O lugar oferece vista para o mar de onde é possível ver fogos de Ilhabela e São Sebastião.
Temporada. As quatro cidades do litoral norte aguardam juntas entre 2,5 milhões a 3 milhões de turistas durante o fim do ano e a temporada de verão.
Começam também a temporada de preços altos, falta de locais para estacionamento e filas em supermercados, padarias, bancos e postos de combustíveis, situações que já vêm sendo vivenciadas entre moradores e turistas nas últimas semanas. A rede hoteleira já contabiliza 100% de reservas para o ano-novo. A região tem cerca de 800 hotéis e pousadas, que podem atender até 56 mil hóspedes.
Turistas e principalmente moradores do litoral norte vêm se queixando dos preços. O alvo são os restaurantes, padarias e comerciantes ambulantes, que chegam a cobrar até R$ 7 pela lata de refrigerante ou R$ 10 pela cerveja. Estabelecimentos à beira-mar estão entre os mais "careiros", segundo os turistas.
Em Maresias, em São Sebastião, ambulantes vendem chapéus a R$ 50. "Num sol desse, quem não vai querer", aposta Dionísio dos Santos, de 56 anos. "Claro que, se o freguês der aquela choradinha, a gente baixa o preço." Um grupo de amigos tentou comprar lata de cerveja de um ambulante em Maresias, mas desistiu ao saber do preço: R$ 10.
Quem precisar usar um banheiro na Praia de Toque Toque Pequeno, também em São Sebastião, terá de preparar o bolso. O restaurante Barracuda Beach Bar cobra R$ 15 para pessoas que não são clientes. Uma placa na entrada do estabelecimento informa sobre a cobrança.
"Lamentavelmente toda temporada de verão é assim. Os preços sobem por causa dos turistas e nós, que moramos aqui, temos de pagar o mesmo valor", desabafa Sueli Andrade, de 38 anos, moradora de Maresias. "Quando vou a algum comércio, explico que não sou turista, que moro na cidade, pois não é justo da noite para o dia a gente pagar o dobro do preço."
Reginaldo Pupo/Estadão
Em Maresias, vendedores ambulantes oferecem
uma lata de cerveja por R$ 10 e chapéus a R$ 50 cada
Embora tradicionalmente Caraguatatuba receba turistas das classes C e D, é nesta cidade onde há o pacote de réveillon mais caro. No hotel que funciona no condomínio Costa Verde, o pacote mais barato para casal, por um período de cinco dias, sai por R$ 10,3 mil. Já o casal que preferir ficar dez dias na suíte mais luxuosa, com direito a ofurô e varanda privativa, terá de desembolsar R$ 34, 1 mil.
Já o DPNY Beach Hotel, localizado na Praia do Curral, em Ilhabela, tem pacotes que variam de R$ 11,9 mil a R$ 30 mil para casal. O empreendimento foi eleito o melhor hotel de luxo pé na areia da América do Sul, pelo anuário da Condé Nast.
Mas a cidade de Ilhabela, acostumada a receber turistas de maior poder aquisitivo, também tem pousadas com preços mais acessíveis. Na Morada Via Panorâmica, o valor sai por R$ 1,2 mil.
"Todas as suítes estão reservadas desde outubro. Até o dia 5 de janeiro estamos sem vagas", disse o proprietário Afrânio Bittencourt. O lugar oferece vista para o mar de onde é possível ver fogos de Ilhabela e São Sebastião.
Temporada. As quatro cidades do litoral norte aguardam juntas entre 2,5 milhões a 3 milhões de turistas durante o fim do ano e a temporada de verão.
Começam também a temporada de preços altos, falta de locais para estacionamento e filas em supermercados, padarias, bancos e postos de combustíveis, situações que já vêm sendo vivenciadas entre moradores e turistas nas últimas semanas. A rede hoteleira já contabiliza 100% de reservas para o ano-novo. A região tem cerca de 800 hotéis e pousadas, que podem atender até 56 mil hóspedes.
Turistas e principalmente moradores do litoral norte vêm se queixando dos preços. O alvo são os restaurantes, padarias e comerciantes ambulantes, que chegam a cobrar até R$ 7 pela lata de refrigerante ou R$ 10 pela cerveja. Estabelecimentos à beira-mar estão entre os mais "careiros", segundo os turistas.
Em Maresias, em São Sebastião, ambulantes vendem chapéus a R$ 50. "Num sol desse, quem não vai querer", aposta Dionísio dos Santos, de 56 anos. "Claro que, se o freguês der aquela choradinha, a gente baixa o preço." Um grupo de amigos tentou comprar lata de cerveja de um ambulante em Maresias, mas desistiu ao saber do preço: R$ 10.
Quem precisar usar um banheiro na Praia de Toque Toque Pequeno, também em São Sebastião, terá de preparar o bolso. O restaurante Barracuda Beach Bar cobra R$ 15 para pessoas que não são clientes. Uma placa na entrada do estabelecimento informa sobre a cobrança.
"Lamentavelmente toda temporada de verão é assim. Os preços sobem por causa dos turistas e nós, que moramos aqui, temos de pagar o mesmo valor", desabafa Sueli Andrade, de 38 anos, moradora de Maresias. "Quando vou a algum comércio, explico que não sou turista, que moro na cidade, pois não é justo da noite para o dia a gente pagar o dobro do preço."