terça-feira, 17 de setembro de 2024

Assembléia Nacional da França aprova debate sobre destituição de Macron

Lula e Macron, mãos dadas - Foto Metrópoles

O gabinete da Assembleia Nacional da França decidiu, na tarde desta terça-feira, 17, debater uma proposta de destituição do presidente Emmanuel Macron. A medida foi aprovada com 12 votos a favor e dez contra. A ação se deu depois de ser apresentada pelo partido de esquerda A França Insubmissa, em resposta à recusa de Macron em nomear a economista Lucie Castets para o cargo de primeira-ministra do país. 

Agora, a proposta será encaminhada para análise da comissão jurídica da Assembleia Nacional e, em seguida, levada ao plenário. Mathilde Panot, líder parlamentar da França Insubmissa, celebrou a aprovação e a chamou de um “acontecimento sem precedentes na história da Quinta República”. 

Gabriel Attal, ex-primeiro-ministro da França e líder do Renascimento, partido de Macron, classificou o projeto como “uma declaração de guerra contra as instituições” francesas. 

Para a presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, a decisão de dar seguimento à iniciativa é “um desrespeito do Estado de Direito”. Já Marine Le Pen, líder do partido de direita Reagrupamento Nacional, afirmou que a medida é uma “cortina de fumaça da extrema esquerda” para esconder seus acordos com Macron e considerou que a proposta “não tem chance de ser bem-sucedida”.

Macron recusou indicação da esquerda 

A coalização de esquerda Nova Frente Popular (NFP), a mais bem votada nas últimas eleições, defendia a nomeação de Lucie Castets como primeira-ministra. Segundo a tradição francesa, Macron deveria nomear um primeiro ministro oriundo da coligação vencedora, mas decidiu pelo nome de Michel Barnier. 

O presidente alega que vetou Castets depois de outros partidos e coligações revelarem que votariam contra sua nomeação e que sua decisão manteria a “estabilidade institucional” em um Parlamento dividido. A recusa levou a NFP a acusar o presidente de abuso de poder, afirmando que a decisão desrespeitava o resultado das eleições legislativas. 

Além disso, a coalização de esquerda afirma que Macron “não reconhece o resultado do sufrágio universal que colocou a Nova Frente Popular na liderança das votações”. Um abaixo-assinado criado pelo partido A França Insubmissa com pedido de deposição de Macron já conta com mais de 300 mil


Revista Oeste