Todas as guinadas são possíveis, inclusive a rejeição do impeachment de Donald Trump.
Mas o que interessa de verdade é como Joe Biden se beneficia de tudo isso.
Mesmo que o impeachment não prospere, a opinião pública pode se inclinar a achar que Trump jogou sujo contra o potencial candidato democrata ao pedir ao presidente Volodymyr Zelensky que a Ucrânia investigasse se Biden e seu filho tiraram vantagem de suas posições.
Nesse caso, Trump estará ferrado nas urnas.
Não é inteiramente absurdo imaginar que aconteça o contrário.
As investigações sobre Trump podem acabar revelando interferências nada republicanas de Biden em favor do principal cliente de seu filho, um oligarca ucraniano.
Joe Biden era vice-presidente quando o bilionário contratou Hunter Biden por 50 mil dólares por mês.
Hunter não era exatamente um Ronaldinho do ramo de gás natural, o da empresa ucraniana Burasma.
Se tanto Trump quanto Biden ficarem mal no filme, as guinadas podem levar a opções mais imprevistas ainda.
Como os partidos ainda sequer chegaram à fase das primárias, quando os candidatos são escolhidos, os democratas podem pender para a adversária interna de Biden que está crescendo mais, Elizabeth Warren.
Com Trump comprometido, os republicanos provavelmente estarão pensando em suicídio.
Ou apostando numa saída à Bill Clinton. Os eleitores ficaram mordidos, caso em que a popularidade do presidente aumentaria.
Lembrando que o Senado, na época, tinha maioria republicana e preferiu votar contra o impeachment.
Vantagem sobre o caso Clinton, até agora: ninguém estará sujeito a ouvir detalhes extensos e constrangedores sobre atividades sexuais no Salão Oval.
E outras partes da Casa Branca onde Monica Lewinsky prestava atendimento a Clinton.
As conversas de Monica sobre tais atividades foram vazadas por uma amiga pouco simpática.
As conversas de Trump com Zelensky não devem ser tão interessantes, pelo menos para a parte da humanidade que não resiste a uma fofoca sexual.
Mas podem definir o que vai acontecer com Trump, com Biden e com os Estados Unidos. Imperdíveis.
Vai ser difícil para Joe Biden – e para o resto do mundo – pegar no sono enquanto elas não saírem e as próximas etapas se desenharem.
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