Diante de um quadro de estagnação econômica, os cinco candidatos mais bem colocados na disputa à Presidência pretendem reduzir o Imposto de Renda para as empresas com o objetivo de reativar os investimentos no país. Para compensar a queda de arrecadação projetada com a medida, os presidenciáveis prometem taxar lucros e dividendos corporativos, embora não apresentem números que comprovem a sustentabilidade desta proposta.
As divergências surgem no caso das mudanças pretendidas no IR da pessoas física.
Enquanto Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) propõem nova faixa de isenção até cinco salários mínimos, Ciro Gomes (PDT) defende a correção da tabela pela inflação. Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) não acenam com mudanças no IRPF.
A necessidade de fazer um ajuste fiscal em 2019 também é entendimento comum, da mesma forma que a possibilidade de unificar tributos, com um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que incidiria sobre o consumo. O presidente eleito começará o ano com déficit projetado de R$ 139 bilhões.
Na última semana, pela primeira vez, a economia dominou fortemente as discussões na corrida eleitoral. O ponto de partida foi a confusão em torno da proposta do economista Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro, para substituir uma série de impostos por um tributo sobre transações financeiras, nos moldes da CPMF. Guedes foi desautorizado pelo candidato do PSL, após a repercussão negativa.
A oficialização de Haddad também levantou questionamentos sobre as convicções do petista. Os analistas passaram a buscar respostas sobre o caminho que pretende trilhar: ou seguirá a política fiscal dos primeiros anos do governo Lula, com controle de gastos; ou ampliará ainda mais as despesas, como fez a gestão Dilma.
O GLOBO consultou as campanhas sobre questões ligadas à economia e checou os programas de governo. Alckmin e Ciro se comprometem a zerar o déficit público em dois anos. Como Alckmin, Marina fala em rígido controle de gastos, que só poderiam subir até um limite de 50% do crescimento do PIB. O programa de Bolsonaro fala em fechar ministérios e privatizar como fonte de renda para reduzir o déficit. Haddad afirma que quer “seguir o exemplo do presidente Lula e seu histórico como gestor público”
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por Fernanda Krakovics, Sérgio Roxo, Daniel Gullino, Cleide Carvalho e Adriana Mendes, O Globo