Com a confirmação da senadora Ana Amélia (PP-RS) como vice e da aliança com os partidos do Centrão, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB-SP) mostrou que não entrou na corrida eleitoral para ser um figurante. Ao lado de Ana Amélia, Alckmin reforça seu apelo ao eleitorado de centro-direita, engajado na luta contra a corrupção e a visão “progressista” dos costumes, que Jair Bolsonaro praticamente monopolizava, e ainda ganha um apoio precioso junto ao eleitorado do sul do País.
Alckmin terá, é certo, de carregar o peso do fisiologismo do Centrão e do envolvimento de vários dos líderes do bloco em escândalos de corrupção. Mas o Centrão deverá lhe garantir não só um tempo extra na TV e a presença em palanques regionais, mas também a governabilidade, se ele vencer o pleito. Agora, Alckmin terá de compensar a alegada falta de carisma, que lhe rendeu o apelido de picolé de chuchu, com um discurso popular e propostas que atendam aos anseios dos brasileiros. Terá, também, de mostrar que seu equilíbrio e sua experiência administrativa conseguirão se sobrepor à polarização política, à rejeição dos eleitores pelo establishment e ao apelo populista de seus principais adversários. (leia a primeira parte da nota aqui) /
Por José Fucs, O Estado de São Paulo