quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Número de empresas inidôneas tem alta recorde em 2016, segundo CGU, por Maria Cristina Frias

Folha de São Paulo


O número de empresas e pessoas declaradas inidôneas pela CGU (Controladoria-Geral da União) cresceu 27,3% em 2016. A pena para quem entra na lista do órgão é ficar impedido de firmar contratos com a administração pública.

Foram mais de 7.000 penalidades, volume que ainda vai aumentar até o última dia do ano, contra uma média histórica de 5.000.

Isso acontece quando há fraude detectada na relação comercial com União, Estados, municípios e estatais.

Pode ser na fase prévia da licitação, ou, depois, com não entrega de serviço pactuado, produto de qualidade inferior, falta de cumprimento na execução de contrato etc.

"Esperávamos aumento porque vemos, no cenário nacional, uma pressão social por combate à corrupção", afirma Antônio Carlos Vasconcellos Nobrega, corregedor-geral da União.

O Ministério da Transparência também pressionou Estados e municípios para que eles remetessem à CGU as empresas punidas pelas leis de licitações, anticorrupção ou por legislações estaduais, afirma o controlador.

Metade dos que estão na lista de suspensas da CGU infringiram a lei de improbidade administrativa, e cerca de um terço descumpriu normas da da lei das licitações, segundo Nobrega.

Outro motivo do aumento é que, durante anos, houve uma cultura de firmar aditivos de contratos, que foi interrompida por conta da crise fiscal, segundo o advogado Modesto Carvalhosa.
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Espera para investir

A farmacêutica paranaense Prati-Donaduzzi planeja investir R$ 100 milhões para finalizar uma fábrica de medicamentos oncológicos, na qual já foram aportados R$ 140 milhões.

"Assim que passar a crise, vamos terminar a planta. O país já começa a se alinhar, mas ainda estamos vulneráveis", afirma Luiz Donaduzzi, sócio-fundador da empresa e atual presidente do conselho.

A companhia iniciou a operação de uma unidade fabril neste ano, na qual foram aportados R$ 150 milhões. "Queremos estabilizar o que temos antes de crescer."

Com a ampliação das vendas no varejo –que chegaram a 55% de participação no faturamento, cinco pontos percentuais a mais que em 2015– a empresa prevê ampliar sua receita entre 10% e 12% neste ano.

A companhia passou por uma profissionalização de sua gestão em 2016, mas Donaduzzi nega a intenção de vender a farmacêutica.

Com sua gradual saída do comando da empresa, o executivo passou a se dedicar ao Biopark, um parque tecnológico no Paraná que deverá receber R$ 500 milhões nos próximos cinco anos.

R$ 790 milhões
foi o faturamento da farmacêutica em 2015

4.300
são os funcionários diretos

12 bilhões
de doses terapêuticas são produzidas por ano
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Endividamento de brasileiros chega a menor nível desde 2012

O nível de endividamento dos brasileiros chegou, em dezembro, a 56,6% das famílias, o menor patamar desde maio de 2012, segundo a CNC (confederação do comércio).

"Apesar de ser um dado positivo, mostra que as compras de Natal serão mais fracas", afirma Bruno Fernandes, economista da entidade. A projeção é uma queda de 4% no desempenho do varejo.

A maioria das dívidas (77%) se refere a débitos no cartão de crédito.
Por conta do parcelamento das compras de fim de ano, o mês de dezembro normalmente apresenta uma alta do índice, diz ele -há um ano, a porcentagem era de 61,1%.
A taxa de famílias com contas atrasadas (23%, em dezembro) e aquelas que não têm condições de quitar suas dívidas (8,7%) se manteve estável na comparação anual.
O nível de endividamento deverá se manter estável ao menos durante a primeira metade do ano que vem, de acordo com Fernandes.
"Pode haver uma virada no segundo semestre, mas ainda é cedo para avaliar."
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Porte pequeno, queda grande
A queda no faturamento de pequenas indústrias de São Paulo em outubro é mais que o dobro da perda de receita das empresas desse porte, segundo dados Sebrae-SP.
Os rendimentos do setor caíram 19% em relação ao mesmo mês de 2015, e, no geral, a diminuição foi de 8,3%.
No acumulado do ano, esse é o setor cujo faturamento mais se degradou: 15,4%, contra 12,1% no geral.
A área mais industrializada do Estado, o Grande ABC, sentiu o impacto: as empresas de pequeno porte da região tiveram perda de 30% dos rendimentos.
Esse foi o 22º resultado negativo consecutivo da série, mas de julho para cá, caminham para uma melhora.
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Jeitinho Madeireiro
A indústria brasileira enviou um pedido ao governo americano para evitar que a madeira de coníferas importada pelos Estados Unidos passe a ser taxada em 3,2%.
Para terem isenção, as exportações devem representar menos de 51% do que é comprado pelos EUA. A regra foi quebrada pelo Brasil em 2016.
O principal argumento da Abimci, que apresentou a defesa do setor, é que o limite foi ultrapassado em volume, mas não em valor. A entidade agora aguarda a decisão dos americanos.
"Cerca de 95% das exportações brasileiras desse produto vão para os EUA. Além de perder competitividade para Canadá e Chile, não teríamos para onde escoar a produção", diz Paulo Pupo, superintendente da associação.
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Moldura... A rede de decoração Moldura Minuto inaugurará unidades próprias na Argentina, México, Colômbia e Chile no ano que vem.
...nacional A empresa considera este o primeiro passo para abrir franquias nesses países. Hoje são 60 lojas no Brasil e três em países vizinhos.
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Hora do café
Lederly
chaarge mercado aberto
com FELIPE GUTIERREZTAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI