Por Marcelo Loureiro
As condições para a queda dos juros ficaram mais claras nesta semana. O IBGE divulgou que a inflação de setembro ficou em 0,08%, bem abaixo das taxas anteriores e da expectativa para o mês. A inflação em 12 meses ainda está alta, mas recuou para 8,48%. Assim, as apostas no corte da Selic ainda em outubro ganham força. O ajuste fiscal, outro fator importante para a decisão do Banco Central, avançou no Congresso nesta semana, com a aprovação do teto dos gastos na comissão especial da Câmara. A próxima reunião do Copom será entre os dias 18 e 19 deste mês.
No relatório de inflação mais recente, o BC havia destacado que suas atenções estavam voltadas para o ajuste fiscal e para os preços dos serviços e dos alimentos, que sofreram um choque nos últimos meses. Em setembro, no entanto, o grupo Alimentação e Bebidas confirmou a previsão e fechou o mês no campo negativo com queda de 0,29%, após acumular alta de 9,11 entre janeiro e agosto. A inflação dos serviços, que também vinha resistente, subiu 0,33% no mês, abaixo do 0,59% de agosto. O acumulado em um ano caiu de 7,4% para 7,03%.
Completando o cenário, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para os gastos da União foi aprovada em comissão da Câmara. A medida vai ajudar a controlar as despesas do governo, uma das fontes de pressão inflacionária.
A expectativa dos analistas é que o BC inicie a queda dos juros na próxima reunião do Copom, em duas semanas. A dúvida é se o primeiro movimento seria um corte de 0,25 ponto ou de 0,50 na taxa. A Selic está atualmente em 14,25%.