quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Juiz aceita denúncia, e Lula, corrupto maior, se torna réu em ação sobre obra da Odebrecht

Yasuyoshi Chiba - 4.out.16/AFP
Brazil's former president (2003-2011) Luiz Inacio Lula da Silva speaks during the second congress of the IndustriALL Global Union in Rio de Janeiro, Brazil on October 4, 2016. IndustriALL Global Union represents workers in the mining, energy and manufacturing sectors in 140 countries around the world. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
O ex-presidente Lula fala em evento no Rio de Janeiro
Justiça Federal em Brasília também abriu ação contra o empresário Marcelo Odebrecht sob acusação de corrupção e lavagem

O juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, acolheu denúncia feita pelo Ministério Público Federal e abriu ação penal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Marcelo Odebrecht a respeito de possível corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a contratação, pela Odebrecht, de uma empresa de Taiguara Rodrigues, parente do petista.

Com a decisão, Lula e os outros acusados se tornam réus e podem apresentar defesa e indicar testemunhas.

É a terceira vez que Lula se torna réu desde o início da Operação Lava Jato, em março de 2014. As duas outras ações penais em andamento são a que apura uma suposta tentativa de impedir a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que tramita também em Brasília, e outra, no Paraná, que acusa Lula de ter se beneficiado de obras de um apartamento no Guarujá (SP) em troca de apoio à empreiteira OAS.

OUTRO LADO

Em seu perfil no Facebook, o ex-presidente publicou uma nota assinada pelo seu advogado, Cristiano Zanin Martins.

"Lula jamais interferiu na concessão de qualquer financiamento do BNDES. Como é público e notório, as decisões tomadas por aquele banco são colegiadas e baseadas no trabalho técnico de um corpo qualificado de funcionários", diz o texto.

Martins escreve ainda que os crimes foram imputados pelo Ministério Público "sem qualquer prova" e afirmou que o petista é "vítima de lawfare, que nada mais é do que uma guerra travada por meio da manipulação das leis para atingir alguém que foi eleito como inimigo político".

A menção a lawfare já havia sido feita em entrevista coletiva de imprensaconcedida pelo advogado na segunda (10). Na ocasião, Martins falava sobre outra denúncia oferecida por investigadores da Lava Jato e aceita pelo juiz Sergio Moro, referente ao caso do tríplex do Guarujá.