A Fitch rebaixou novamente a nota de crédito do Brasil, de BB+ para BB, e manteve a perspectiva negativa. Agora, para recuperar o grau de investimento, será preciso subir dois degraus, a exemplo do que já acontece com a S&P. Pela Moodys, o Brasil está um degrau abaixo.
Segundo a Fitch, a recessão está mais forte do que o previsto, o governo não conseguiu estabilizar a dívida pública, e a crise política levou à paralisia do Congresso e à perda de confiança. As incertezas no horizonte continuam, entre elas, as discussões no STF para a correção da dívida dos estados, que pode elevar o endividamento público.
As previsões para o PIB deste ano caíram de -2,5% para -3,8% e para o ano que vem também foram reduzidas de 1,2% para 0,5%. A dívida pública pode chegar a 80% do PIB no ano que vem, o que deixará o Brasil entre os países mais endividados do mundo na atual categoria de crédito.
A agência também diz que um possível governo Temer teria dificuldades para montar uma coalizão capaz de aprovar reformas no Congresso, e a Operação Lava-Jato deixa o cenário propício a "distúrbios políticos imprevisíveis".
