Painel - Folha de São Paulo
O que pensa Meirelles Menos de um mês antes de se tornar chefe da equipe econômica, Henrique Meirelles deu a um seleto grupo de investidores em Nova York sua receita para o Brasil: reforma da previdência, fim das amarras trabalhistas, desindexação do salário mínimo e cortes no seguro-desemprego. Apontado pelo mercado como opção ao Planalto em 2018, ele citou ainda soluções para saúde e educação. Defendeu um sistema de “vouchers”, com o qual o governo reembolsaria gastos em redes privadas.
Toda diferença Segundo Meirelles, se o país fizer as reformas, será possível crescer em média 4% ao ano na próxima década. Caso contrário, a expansão do PIB será de apenas 1,2% em média. As ideias foram expostas em apresentação no dia 18 de abril.
Livre, leve e solto Para o hoje ministro da Fazenda, o Banco Central deve intervir “apenas para evitar volatilidade excessiva” e a taxa de câmbio deve ser “flexível”.
Só hibernando O centrão não enterrou a proposta de criar o cargo de líder da maioria para rivalizar com o posto de líder do governo. O grupo de 225 deputados promete concretizar a ameaça se Temer patrocinar um “outsider” para o comando da Casa.
Refém Um bloco rival ao do governo implodiria o alicerce que sustenta o governo Michel Temer na Casa.
Aos navegantes O governo tranquilizou a sua tropa de choque no Congresso: só apresentará a reforma da Previdência depois das eleições municipais de outubro.
Entra aí A Força Sindical procurou a CUT na sexta para saber se a central topa negociar uma reforma nas aposentadorias caso o governo não mexa em direitos de quem já está no mercado de trabalho. Vagner Freitas ficou de falar com os demais dirigentes.
Memória fresca Na segunda-feira em que Waldir Maranhão anulou o impeachment, senadores petistas que foram ao terceiro andar do Planalto comemorar com Dilma Rousseff levaram uma baita bronca da presidente.
Pito Segundo relatos, a petista perguntou se os aliados eram “idiotas” de acreditar que a medida resistiria e ordenou que se comportassem como senadores, não como militantes. Estava certa no palpite: Maranhão revogou a medida no mesmo dia.
Apontar O governo Temer pediu à Receita Federal que aperte a fiscalização para trazer mais recursos ao caixa da União. Uma equipe do fisco especializada em fraudes já selecionou potenciais alvos.
Fogo A primeira etapa atacará empresas que optaram pela contribuição previdenciária sobre faturamento bruto. Quem acompanha diz que é coisa “para lá de bilhão”.
Estranho Minutos depois de Waldir Maranhão protocolar a anulação do impeachment de Dilma, e antes da medida se tornar pública, foi registrado um volume acima da média de compra de dólares no mercado futuro — aposta na alta da moeda.
Acontece A maior parte dos contratos foi feita por uma única corretora numa operação direta, quando um comprador negocia diretamente com um vendedor. Para operadores, é possível que tenha sido só coincidência.
Dama de Ferro Quando dirigia a siderúrgica CSN, Maria Silvia Bastos Marques, que presidirá o BNDES, tinha, pelo pulso firme, o apelido de “Margaret Thatcher”.
Eu quero A despeito da decisão de Temer de manter Leandro Daiello, oito delegados se inscreveram para a votação que elegerá possíveis candidatos à sucessão na PF.
Nunca antes A mais cotada para encabeçar a lista tríplice, que será entregue a Temer, é Erika Marena, especialista em crimes financeiros e integrante da Lava Jato. A Polícia Federal nunca teve uma diretora-geral.
