Carbono 14 de O Antagonista.
Em fevereiro de 2015, publicamos o seguinte post:
O empréstimo do Banco Schahin a José Carlos Bumlai, revelado pela Istoé, ajuda a elucidar um caso extraordinariamente intricado.
Recapitulando o relato de Marcos Valério:
1) Ronan Maria Pinto, um empresário de Santo André, estava chantageando Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho com denúncias sobre a morte de Celso Daniel.
2) O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, contraiu um empréstimo de 12 milhões de reais junto ao Banco Schahin.
3) Guilherme Estrella, diretor da Petrobras e ligado a José Dirceu, negociou um contrato com uma empresa do grupo Schahin e os 12 milhões de reais do empréstimo de José Carlos Bumlai foram saldados com o dinheiro desviado da estatal.
4) Silvio "Land Rover" Pereira convocou Marcos Valério ao hotel Sofitel e pediu-lhe para apagar o rastro do dinheiro roubado da Petrobras usando suas empresas para repassar o produto da chantagem a Ronan Maria Pinto.
5) Marcos Valério encontrou Ronan Maria Pinto e o jornalista Breno Altman no hotel Pullman, no Ibirapuera. Breno Altman, atualmente no site Brasil247, é um velho conhecido de Enivaldo Quadrado, um dos membros da quadrilha de Alberto Youssef.
6) Uma empresa de Marcos Valério fez um empréstimo a uma empresa de Ronan Maria Pinto e uma cópia desse documento foi apreendida no escritório de Enivaldo Quadrado, o velho conhecido de Breno Altman.
7) José Carlos Bumlai e o Banco Schahin sempre negaram o empréstimo, mas agora temos a prova de que ele realmente existiu.
8) O empréstimo é fantasma, a empresa de Ronan Maria Pinto é fantasma e Celso Daniel é fantasma.
Em setembro, Nestor Cerveró falou sobre o caso da sonda Vitória 10.000:
Em 2007, o diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, recebeu ordens de José Sérgio Gabrielli para fraudar o contrato da sonda Vitória 10.000 e, assim, saldar as dívidas de campanha de Lula com o grupo Schahin.
O negócio serviu também para reembolsar José Carlos Bumlai do dinheiro que ele deu para calar os chantagistas que prometiam denunciar o envolvimento da cúpula do PT no assassinato de Celso Daniel.
Em novembro, demos mais detalhes sobre a trama (mas O Antagonista está cheio de matérias sobre o assunto):
Obtido pelo Antagonista, o relatório de análise financeira elaborado pela Receita Federal para a Operação Passe Livre revela que José Carlos Bumlai pegou os R$ 12,6 milhões no Banco Schahin, a pedido de Delúbio Soares, e repassou a quantia para Natalino Bertin.
A operação foi registrada como um empréstimo do próprio Bumlai para a Fazenda Eldorado, de Bertin.
É um escândalo.