quinta-feira, 26 de novembro de 2015

STF determina abertura de inquérito contra Delcídio

Laryssa Borges Veja


O senador Delcídio Amaral (PT), em 2005
Senador Delcídio do Amaral (PT-MS)(Ueslei Marcelino/Reuters)
O ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS). O petista foi preso nesta quarta-feira, por ordem do próprio STF, após suspeitas de que atuava para obstruir as investigações do petrolão e barrar a delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
Em conversas gravadas pelo filho de Cerveró, Bernardo, Delcídio aparece planejando a fuga do ex-dirigente e oferecendo à família dele uma mesada de 50.000 reais mensais para comprar o silêncio do ex-diretor. Também há expectativa que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente denúncia contra o petista nas próximas semanas e que o Conselho de Ética do Senado receba uma representação com pedido de cassação do mandato do congressista até terça-feira.
Nas investigações, o nome de Delcídio Amaral foi mencionado pelo delator Fernando Baiano, que afirmou à força-tarefa da Lava Jato que o líder do governo teria recebido até 1,5 milhão de dólares em propina na negociação da refinaria de Pasadena, no Texas. O dinheiro sujo teria sido utilizado na campanha de Delcídio ao governo do Mato Grosso do Sul, em 2006.
Citações contra o ex-líder do governo já haviam sido feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, mas o procurador-geral da República Rodrigo Janot não viu indícios suficientes para pedir a abertura de investigação contra o parlamentar. Em depoimento, Costa indica que Cerveró e Baiano podem ter embolsado até 30 milhões de dólares em propina na compra de Pasadena. O próprio Delcídio foi diretor de Gás e Energia da Petrobras.