quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Correria à toa para licitar hidrelétricas

Vera Magalhães - Radar - Veja


Depois de uma verdadeira maratona para realizar o leilão de 29 hidrelétricas neste ano e garantir a arrecadação de R$ 17 bilhões, o governo reconhece agora que os recursos só entrarão em 2016. Segundo o ministro Eduardo Braga, falta tempo para homologar todos os resultados até o fim do ano.
No mercado, a leitura é outra, de que o Planalto reconheceu que o valor arrecadado, apesar de gordo, não melhora muito o rombo de mais de R$ 100 bilhões esperado para as contas neste ano. O foco agora é entregar um número robusto em 2016, com a ajuda das hidrelétricas.
A correria, no entanto, limitou a concorrência. A Medida Provisória que permitia o pagamento de outorga para esse tipo de licitação foi aprovada no Senado 12 horas antes do leilão, que ocorreu com a lei ainda sem sanção presidencial.
Diversos grupos internacionais tinham interesse nas usinas, mas não conseguiram justificar nos seus conselhos investimentos bilionários assim, no atropelo. Os únicos que aceitaram ir para a disputa do principal lote – que custou R$ 13,8 bilhões – foram os chineses da CTG.
Perdem os consumidores: a outorga era fixa. O deságio (quase nulo) era cima da tarifa que vai ser praticada pelos empreendimentos.