quarta-feira, 24 de junho de 2015

Os reitores se arrependem de apoiar Dilma?

Com Blog Sérgio Praça - Veja


Ao anunciar, em seu discurso de posse, que o Brasil seria dali em diante uma “pátria educadora”, a presidenta Dilma Rousseff provavelmente não imaginava o tamanho do ajuste fiscal que teria de fazer neste ano para corrigir desastrosas escolhas econômicas de seu primeiro mandato.
Suas principais políticas de educação – Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e Ciências Sem Fronteiras – estão sofrendo cortes que podem significar, a médio prazo, seu desaparecimento. No mínimo, uma incerteza nociva se avizinha para os estudantes: o governo vai ajudar a pagar minha faculdade via Fies? Posso planejar minha ida para os Estados Unidos via Ciências Sem Fronteiras para o ano que vem?
Por enquanto, o Prouni (Programa Universidade para Todos), que dá bolsas para estudantes do ensino privado, é o único poupado.
Outro trunfo dos governos Lula e Dilma na educação que pode estar começando a fazer água são as universidades federais. O PT criou 18 universidades federais desde 2003. Excelente iniciativa. Talvez por isto no ano passado 54 reitores de universidades federais assinaram um manifesto – mal escrito, aliás – a favor da reeleição da presidente.
(Mal escrito? Vejam essas duas frases: “Sabemos que em um país com carências e desigualdades centenárias, certamente ainda há mudanças a serem feitas. Como consolidar a democracia, incluir e ampliar os direitos de mais brasileiros, assim como ampliar e não contingenciar o orçamento da ciência, tecnologia e inovação e da educação.” A segunda frase tem que ter sujeito, reitores! Vai uma vírgula ou hífen antes do “como”, não ponto final! Exclamações aqui à vontade!)
Há poucos dias, o Ministério da Educação, hoje comandado pelo competente Renato Janine Ribeiro, anunciou corte de 47% com despesas de capital das universidades federais. A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) soltou uma nota criticando a medida.
A reitora da Unifesp, Soraya Smaili, não assinou o manifesto pró-Dilma ano passado. Quem assinou se arrepende?