segunda-feira, 29 de junho de 2015

Delação de empreiteiro da UTC deve dar origem a nova 'lista do Janot'

Vera Magalhães - Painel - Folha de São Paulo


Lista do Janot, parte 2 Vem aí uma nova “lista do Janot”. Com a homologação da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, o procurador-geral da República deve abrir nos próximos dias mais procedimentos. Tanto podem ser outros inquéritos quanto diligências em investigações já em curso no Supremo Tribunal Federal. Apesar do enorme volume, auxiliares de Rodrigo Janot dizem que há investigações avançadas a ponto de já gerar denúncias, talvez ainda antes do recesso do Judiciário.

Há vagas Dada a abertura de novas frentes de apuração, no Ministério Público Federal não se descarta a necessidade de que Janot tenha de convocar mais procuradores para integrar o grupo que o auxilia na Lava Jato.

Embaixada Emissários de Pessoa procuraram advogados do PT desde sexta-feira para amenizar o tom dos primeiros vazamentos e dizer que o empreiteiro não relatou “pressão” para colaborar com a campanha de Dilma nos depoimentos.

Quarentena Auxiliares da presidente apontam que Jaques Wagner (Defesa) se enfraqueceu na disputa por espaço no Planalto porque havia o temor de seu envolvimento no escândalo.

Nua… Ministros e coordenadores da última campanha de Dilma refutavam a acusação de que Pessoa foi pressionado a doar para a petista para não perder contratos.

… e crua “Quem está no governo nem precisa pressionar ninguém. O empresário doa porque tem perspectiva de se manter próximo”, admite membro do QG eleitoral.

Carcereiro 1 Advogados da Lava Jato que pretendem pedir a libertação de seus clientes estão de olho na escala do plantão do Supremo no recesso. De 6 a 12 de julho, quem tomará decisões liminares será Celso de Mello.

Carcereiro 2 Em abril, ele votou contra a concessão de liberdade condicional a Ricardo Pessoa e outros empreiteiros. No resto do mês, o plantão será do presidente Ricardo Lewandowski, que não liberou ninguém no recesso do início do ano.

Sem wi-fi Com a pororoca das crises de popularidade, econômica e da Lava Jato, ministros criticam a ausência de João Santana, que está na Argentina e não tem nem aconselhado Dilma à distância.

Pra cima 1 A família de Eduardo Campos e o PSB decidiram centrar nos 50 anos que ele faria em 10 de agosto –e não no aniversário de sua morte, três dias depois– as homenagens ao ex-governador de Pernambuco.

Pra cima 2 No aniversário de nascimento serão lançados dois livros pela Fundação João Mangabeira, ligada ao partido: uma coletânea de discursos e outra de artigos publicados quando ele morreu, vítima de acidente aéreo no ano passado. O partido fará uma reunião no Recife.

Formal No dia 13 será celebrada uma missa de ação de graças na Igreja Matriz de Casa Forte, no Recife. Marina Silva, que assumiu a candidatura do PSB no lugar do companheiro de chapa, e Aécio Neves (PSDB) participarão.

Vai dar… O Planalto decidiu tirar petistas de postos-chave do Ministério do Trabalho para ampliar o espaço da bancada do PDT. Assim, o governo espera recuperar o apoio dos pedetistas no Congresso e dar fim às traições em votações importantes.

… trabalho Estão na mira a Secretaria de Relações do Trabalho, ocupada por Manoel Messias Melo, ligado ao PT e à CUT, e a Secretaria Nacional de Economia Solidária, comandada por Paul Singer, petista histórico.

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Em família Peemedebistas ficaram irritados com a abstenção de Irajá Abreu (PSD-TO) na votação do projeto que revê as desonerações. Ele é filho da ministra Kátia Abreu (Agricultura), do PMDB de Michel Temer.

TIROTEIO
Tem aloprados no nosso lado e na oposição. Falta ter racionalidade, bom senso e pensar no país. Está um clima de Deus nos acuda.
DE DELCÍDIO AMARAL (PT-MS), líder do governo no Senado, sobre as votações polêmicas no Congresso, a crise entre PT e governo e a ação da oposição.

CONTRAPONTO
Hors concours
Na primeira reunião da comissão formada para discutir a reforma político-eleitoral no Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentava as diretrizes de trabalho e também o presidente, Jorge Viana (PT-AC), e o relator, Romero Jucá (PMDB-RR).
O petista Walter Pinheiro (BA) interrompeu:
–Parabéns ao relator-geral da República!
–Se alguém merece este título é mesmo o Jucá, pelas saídas criativas que apresenta –emendou Renan.
Nesse momento, Aécio Neves (PSDB-MG) entrou na sala e foi informado sobre Jucá na relatoria:
–Como estou surpreso com a indicação! –ironizou.
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