quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Falta o ministro das Minas e Energia

George Vidor O Globo



Se confirmada a equipe econômica do segundo governo Dilma,
informalmente já anunciada, o país ganhará tempo no ajuste inevitável
do ano que vem. Joaquim Levy, convidado para a Fazenda, conhece por
dentro as contas do Tesouro, sabe como cortar gastos (e onde buscar
reforços para a arrecadação). 

Nelson Barbosa, que ficará no
Planejamento, testemunhou a contabilidade criativa que acabou com a
credibilidade da atual equipe fazendária, e certamente não aceitará
que sua biografia fique manchada com esse tipo de tentativa de ocultar
a realidade das finanças públicas. 

Armando Monteiro é um político que tem intimidade com o mundo dos
negócios. Talvez possa seguir uma linha similar à do ex-ministro
Furlán à frente do Ministério do Desenvolvimento. A perda de
competitividade da indústria não será superada apenas com uma taxa de
câmbio mais favorável ao setor.

E dentro do governo é preciso ter
alguém que faça o contraponto à tendência de se elevar a taxa de juros
como principal ferramenta para segurar a inflação. 

A senadora Kátia Abreu não é uma unanimidade entre os líderes da
agropecuária, mas é sem dúvida uma das mais intransigentes defensoras
do agronegócio. 

Falta resolver o Ministério das Minas e Energia. É de lá que será
administrada a crise hídrica que manterá caro o custo da eletricidade
no país. E está na jurisdição do Ministério uma das tábuas de salvação
da economia, o petróleo. Tem muita coisa que precisa ser consertada,
começando pela recuperação da imagem da Petrobras.