Acompanhada do ministro britânico William Hague, atriz chora ao ouvir relatos de sobreviventes do conflito nos Bálcãs
O Globo
Com Agências Internacionais
SREBRENICA — Em visita à Bósnia para promover uma campanha que combate a violência sexual contra mulheres nas zonas de guerra, a atriz Angelina Jolie chorou ao ouvir relatos de vítimas de estupros na cidade de Srebrenica, palco do maior massacre em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
— A utilização do estupro como arma de guerra é um dos crimes mais atrozes e selvagens contra os civis. É tão brutal, e de uma violência tão extrema, que é até difícil falar a respeito — afirmou Jolie, embaixadora da boa vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
A atriz, que em 2011 escreveu e dirigiu o filme “Na terra de amor e ódio”, sobre o conflito dos Bálcãs, fez um apelo para que as missões de paz em todo mundo tenham como prioridade impedir estes crimes.
Por sua parte, o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, lamentou que a violência sexual seja utilizada deliberadamente como arma de guerra em países como Síria, República Centro-Africana e Sudão do Sul.
Milhares de mulheres, em sua maioria muçulmanas, foram estupradas durante a guerra na Bósnia, e apenas 33 autores desses crimes foram julgados e condenados.
— Não pode haver paz enquanto mulheres são estupradas impunemente em zonas de conflito — declarou a atriz.