segunda-feira, 25 de julho de 2022

FGV: está claro que fecharemos o IPC-S em julho com deflação, diz Paulo Picchetti

Paulo Picchetti - FGV

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da Fundação

Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, consolidou sua projeção de deflação do 

indicador no fechamento de julho, após variação negativa de 0,44% registrada na 

terceira quadrissemana do mês. "Está claro que vamos fechar o mês com uma 

deflação, estou imaginando algo em torno de -1,2%", afirma Picchetti.

De acordo com o coordenador da FGV, o resultado não é surpresa e, em geral, 

é efeito da redução do ICMS sobre combustíveis e energia. "A única exceção

 importante é passagens áreas 4,65% para -6,92%, com redução sazonal devido

 ao final das férias."

Acerca da queda apurada no IPC-S na terceira quadrissemana de julho, Picchetti 

calcula que sozinha a gasolina (-3,59% para -8,61%) teve impacto de 0,59 ponto

 porcentual negativo na variação, enquanto etanol (-8,00% para -9,83%) e

 energia elétrica (-2,29% para -3,51%) impactaram em -0,07 ponto e -0,14 ponto, 

respectivamente. "A gasolina explica sozinha mais do que o total de deflação

que tivemos."

Segundo o coordenador, o alívio promovido por combustíveis, energia e

 passagens foi compensado por pressões em outros grupos, como Alimentação, 

Vestuário e Saúde e Cuidados Pessoais. "Não é um processo deflacionário 

generalizado, é um movimento muito concentrado nesses itens. Em primeiro 

lugar, tem data de validade. Em segundo, não muda a trajetória de inflação, que

vinha elevada e continua na maioria dos outros itens."

Na ponta, Picchetti calcula queda superior a 16% para a gasolina e de mais

de 11% para o etanol, além de recuo superior a 37% para passagens aéreas

 e em cerca de 5% para energia.


ESTADÃO CONTEÚDO - Marianna Gualter