terça-feira, 20 de outubro de 2020

Lava Jato mira corrupção em contratos da Petrobras para venda de combustíveis durante os governos da dupla medonha Lula-Dilma

 PF cumpre 7 mandados no RJ

Esquema de R$ 12 milhões

A operação Sem Limites investiga supostas práticas criminosas na antiga Diretoria de Abastecimento da PetrobrasDivulgação/Polícia Federal


A Polícia Federal deflagrou nesta 3ª feira (20.out.2020), em ação conjunta com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal, a operação Sem Limites 4. Trata-se da 77ª fase da operação Lava Jato.

São cumpridos 5 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e 2 em Niterói (RJ). Os alvos são funcionários e ex-funcionários da Petrobras lotados no Brasil e no exterior que, de 2005 a 2015, durante os governos corruptos da dupla Lula-Dilma, teriam recebido cerca de R$ 12 milhões para beneficiar empresa estrangeira em 61 operações de comércio internacional de diesel e querosene de aviação. As operações envolveram a compra e venda de mais de 3,3 bilhões de litros de combustíveis e foram realizadas pelos escritórios da Petrobras em Londres, Singapura e Houston.

Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro, entre outros.

Segundo a PF, as medidas visam a aprofundar as investigações sobre práticas criminosas cometidas na antiga Diretoria de Abastecimento da Petrobras, especificamente na Gerência Executiva de Marketing e Comercialização nos governos Lula e Dilma.

“As medidas cumpridas têm, dentre outros objetivos, fazer cessar a atividade delitiva, aprofundar o rastreamento dos recursos de origem criminosa [propina] e a conclusão da investigação policial em todas as suas circunstâncias”, afirma.

As apurações foram iniciadas após a deflagração da 57ª fase da operação Lava Jato, em 5 de dezembro de 2018, que cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão contra integrantes de organização que cometia crime a partir da negociação de combustíveis entre a Petrobras e trading companies estrangeiras –empresas comerciais que atuam como intermediárias entre fabricantes e compradoras em operações de exportação ou de importação.

Segundo a PF, após o cumprimento das medidas, no final de 2018, e o oferecimento de acusações criminais, um ex-funcionário da Petrobras diretamente envolvido no esquema e um ex-executivo de uma grande empresa estrangeira também investigada celebraram acordos de colaboração premiada com o MPF.

Com base nos relatos, em evidências apresentadas e análise de provas já existentes, identificou-se que ao menos 6 agentes públicos, até então desconhecidos das investigações, tiveram participação direta no esquema ilícito nas operações de trading da Petrobras.

De acordo com a PF, um dos funcionários, que ainda se encontra empregado e em exercício na estatal, trabalhava diretamente na área logística da Diretoria de Abastecimento e era responsável por gerar artificialmente demandas que justificassem novas operações comerciais de compra e venda pela Petrobras junto às trading companies estrangeiras. Com isso, pagavam-se comissões aos intermediários envolvidos e que, posteriormente, repassavam os valores aos agentes públicos, inclusive para os demais ex-funcionários públicos investigados nesta fase.

O grupo de ex-agentes públicos alvo das ordens judicias cumpridas nesta 3ª feira (20.out.2020) também é investigado pela venda de informações privilegiadas e favorecimento de empresas estrangeiras em negociações envolvendo produtos como óleo combustível, querosene de aviação, diesel, derivados de petróleo e gasóleo de vácuo.

Segundo o a PF, em todos esses casos os investigados recebiam vantagens indevidas calculadas com base na quantidade de produto negociado.

A investigação policial recebeu o nome de operação Sem Limites 4 por vinculação direta com as investigações da operação Sem Limites (57ª fase), Sem Limites 2 (71ª fase) e Sem Limites 3 (76ª fase), que fazem alusão à transnacionalidade dos crimes praticados que ocorreram a partir de operações comerciais envolvendo empresas estrangeiras e com pagamentos de propina no exterior.


Com informações de Sabrina Freire, Poder360