quinta-feira, 22 de outubro de 2020

'Estamos envelhecendo rápido e quem não aprender sempre ficará obsoleto no mercado de trabalho'

Nas últimas décadas, a expectativa de vida do brasileiro aumentou, mas viver mais não significa envelhecer bem. E, se não envelhecemos bem, como podemos continuar trabalhando e produzindo? Essas e outras questões, como as modificações desencadeadas pela pandemia do vírus chinês, foram discutidas na live Lifelong Learning e Longevidade no Mercado de Trabalho, realizada nesta quinta-feira, 22.


O debate, que integra a cobertura multiplataforma Sua Carreira, contou com a participação de Alexandre Kalache, médico gerontólogo, especialista em envelhecimento ativo e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-Brasil), e Alexandre Teixeira, jornalista e autor de livros sobre motivação e desenvolvimento organizacional. A conversa foi moderada pelo repórter de Economia e Negócios do Estadão Fernando Scheller.

live Lifelong Learning e Longevidade no Mercado de Trabalho, realizada nesta quinta-feira, 22
Live Lifelong Learning e Longevidade no Mercado de Trabalho
foi realizada nesta quinta-feira, 22 Foto: Estadão

Quando temas como longevidade no mercado de trabalho e desenvolvimento constante são atrelados à pandemia do coronavírus, precisamos ficar ainda mais atentos aos sinais de mudança. “Não é preciso chegar aos 60 anos para enfrentar comorbidades, hipertensão, obesidade, problemas cardiovasculares, respiratórios, etc. (O brasileiro) vem acumulando deficiências e negligências do setor público, então envelhece precocemente”, afirma Kalache. “Em um País onde 70% da população não tem esgoto sanitário, não podemos estar envelhecendo bem”, lamenta.

Para os entrevistados, é por conta da longevidade que precisamos falar sobre lifelong learning, o aprendizado ao longo de toda a vida. “O maior bem que nós temos em qualquer país é o material humano. Hoje nós estamos envelhecendo rápido (14% da população tem mais de 60 anos) e, se você não aprender sempre, vai ficar obsoleto”, diz Kalache.

“Você precisa continuar aprendendo ao longo da vida para continuar viável no mercado de trabalho. Após os 60 anos, você ainda pode ter três décadas de vida pela frente. Precisamos fazer com que esse material humano contribua para a sociedade, transformar a discussão da longevidade em um grande recurso que hoje é pouco explorado, não apenas no Brasil, mas no mundo”, afirma Kalache.

Teixeira também enxerga o período atual como uma nova oportunidade. “A pandemia é uma espécie de aceleradora de partículas comportamentais. Estamos vivendo um grande experimento em escala global, entre eles o home office. E, ao mesmo tempo que há dúvidas, temos avanços importantes. O fato de as empresas estarem mais confortáveis em ver as pessoas trabalhando a distância é um ganho de confiança. Esse é um dos legados da pandemia”, afirma Teixeira.

Você pode ver o conteúdo completo da live aqui: 


Andreza Galdeano, O Estado de S.Paulo