terça-feira, 20 de outubro de 2020

Bolsa fecha com alta de 1,9% e retoma os 100 mil pontos; dólar vai a R$ 5,61

Em um dia particularmente favorável para o mercado brasileiro, os investidores monitoraram atentos nesta terça-feira, 20, a nova rodada de conversas entre a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin para tentar acertar os detalhes do pacote de estímulos americanos. Em resposta, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou com forte de alta de 1,91%, aos 100.539,83 pontos, após também ser apoiada pelas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. A tensão por um acordo, no entanto, pesou no dólar, que encerrou com alta de 0,18%, a R$ 5,6133.

Pelosi esclareceu que não será fechado um acordo sobre novos estímulos na reunião de hoje, mas que a conversa servirá para deixar mais definidas as bases de um acerto. Porém, os estrategistas do Danske Bank observaram que, pelo clima no mercado na sessão desta terça, os investidores estão assumindo o risco de que o assunto será resolvido. Em Nova YorkDow JonesS&P 500 e Nasdaq fecharam com ganhos de 0,40%, 0,47% e 0,33% cada, atentos aos desdobramentos da reunião. 

Bolsa de Valores de São Paulo, B3
Alta na B3 nesta terça-feira é amparada por ações do setor financeiro. 
Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A imprensa internacional noticiou ainda que o líder da maioria do Partido Republicano no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, afirmou que a Casa pode considerar um pacote fiscal mais elevado, se houver um acordo sobre o assunto entre a Casa Branca e Pelosi. Vale lembrar que a democrata pressiona por um pacote de US$ 2,2 trilhões.

Além de um possível acordo nos EUA, na B3, a alta dos bancos ajudou o índice a sustentar os ganhos. Para Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais, a puxada das ações do setor financeiro está relacionada não apenas ao tom tranquilizador que Guedes buscou imprimir à sua fala, mas também à percepção do investidor de que o setor deverá continuar a ter bons resultados. "A visão é que eles vão continuar bem. São bons pagadores de dividendos e fazem parte do grupo de ações conservadoras. E há uma busca maior por papéis conservadores, com boa governança", afirma o economista.

Já para Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora, a sinalização de Guedes de que o governo cumprirá o teto de gastos dá fôlego para o setor financeiro recuperar as perdas acumuladas no ano, em um momento de ligeiro restabelecimento de recursos externos na bolsa brasileira. "Há ingressos diários na faixa dos R$ 400 milhões a R$ 600 milhões na bolsa, e as ações do setor financeiro são geralmente a porta de entrada do dinheiro de estrangeiros", afirma o profissional.

 O Estado de S.Paulo