quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Nova fase da Lava Jato investiga se fornecedora da Petrobras pagou US$ 40 milhões em propina por contrato de US$ 2,7 bilhões (governos corruptos Lula-Dilma/PT)




A Polícia Federal (PF) cumpre 25 mandados de busca

 e apreensão referentes a 75ª fase da Operação Lava Jato,

 na manhã desta quarta-feira (23) no Rio de Janeiro, São

 Paulo e Sergipe. Não há ordens de prisão expedidas.


A atual fase investiga se a empresa de navegação 

marítima Sapura, no Brasil, pagou US$ 40 milhões em

 propina por contrato de US$ 2,7 bilhões com a Petrobras

 envolvendo o fornecimento de três navios lançadores de 

linha. O contrato foi assinado em 2011 (governos corruptos

 Lula-Dilma (PT) e está vigente nos dias atuais.


Esses navios são chamados de PLSVs e são criados para

 atuar em alto-mar, em águas com profundidade de até

3 mil metros.


Para a construção e o posterior uso em regime de 

afretamento dos navios por oito anos, os contratos

 totalizaram o valor bilionário, segundo o Ministério Público 

Federal (MPF). Os crimes investigados são corrupção e 

lavagem de dinheiro.


Em Sergipe, os mandados são nos escritórios da 

Celse - centrais elétricas de Sergipe , mas a empresa não

 possui nenhuma relação com os fatos investigados. Ela só

 foi alvo porque um dos investigados é conselheiro dessa 

empresa e queriam ter acesso aos computadores dele.


Conforme as investigações, os contratos foram celebrados 

pela diretoria de exploração e produção da Petrobras e há

 indícios de que Sapura contratou intermediários e operadores

 financeiros que, mediante o pagamento da propina, eram 

responsáveis por viabilizar a inclusão da empresa em certame

 da Petrobras e obter informações privilegiadas de dentro da

 estatal.


Após receberem seus pagamentos em contas bancárias 

mantidas em nome de offshores, os operadores transferiram

 parte dos valores a dois altos executivos da Sapura, um 

então vinculado à Sapura no Brasil e outro à 

Sapura Energy, sediada na Malásia, ainda conforme o MPF.


Os procuradores afirmam que os valores repassados aos

 operadores circularam por diversas contas mantidas em 

nome de offshores em, pelo menos, seis países diferentes.


Além disso, também foram identificadas suspeitas de que a

atuação ilícita  dos investigados tenha abrangido outros

 contratos da Petrobras, também

 em favor dos interesses do Grupo Seadrill, segundo o MPF.


Segundo apurado, os valores repassados aos operadores

 financeiros circularam por diversas contas mantidas em 

nome de offshores, tendo sido identificadas contas 

controladas pelos investigados em, pelo menos, 

seis países diferentes.


Os fatos vieram à tona, ainda conforme a PF, após 

depoimentos de colaboração premiada de lobistas que 

atuavam junto a funcionários da Petrobras e agentes

políticos com influência na estatal. A operação foi

batizada de Boeman.


Paralelamente às investigações, através de uma ajuda

jurídica internacional, a Polícia Federal obteve informações

 de que autoridades holandesas também conduziam 

investigações de fatos envolvendo os 

atos ilícitos para o fornecimento dos navios lançadores

de linha.


Conforme a PF, as empresas estrangeiras vencedoras

 da licitação, posteriormente, subcontrataram uma companhia

 holandesa para execução do serviço licitado, a qual era 

representada por um dos empresários brasileiros investigado,

 e que, em virtude dos acertos espúrios, também realizou 

pagamentos ilícitos aos envolvidos.


Bloqueio de bens


A juíza substituta Gabriela Hardt, que autorizou a operação,
 também decretou o bloqueios de bens nas contas de dois
 investigados e de cinco empresas vinculadas a eles no valor
 de R$ 20 milhões.

"Considerando a cotação do dólar atual acima de R$ 5,00, 
mas bastante  variável em razão da pandemia do Covid 19
 que afeta o mundo atualmente, reputo razoável indicar como
 limite de valor para bloqueio no sistema o de R$ 20 milhões, 
valor este ainda inferior aos apontados 
pelo MPF como relacionados aos ilícitos investigados", 
declarou a juíza.

O outro lado


Em nota, a Petrobras disse que vem colaborando com as
 investigações  desde 2014, e atua como coautora do 
Ministério Público Federal e da 
União em 18 ações de improbidade administrativa em
andamento, além de ser assistente de acusação em 71 
ações penais.

"Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de 
R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que
 foram repatriados da Suíça por autoridades públicas
brasileiras", diz trecho da nota.

G1 tenta contato com as empresas Sapura e Seadrill.

Com informações de Adriana Justi e José Vianna, G1 PR e RPC Curitiba