A Polícia Federal (PF) cumpre 25 mandados de busca
e apreensão referentes a 75ª fase da Operação Lava Jato,
na manhã desta quarta-feira (23) no Rio de Janeiro, São
Paulo e Sergipe. Não há ordens de prisão expedidas.
A atual fase investiga se a empresa de navegação
marítima Sapura, no Brasil, pagou US$ 40 milhões em
propina por contrato de US$ 2,7 bilhões com a Petrobras
envolvendo o fornecimento de três navios lançadores de
linha. O contrato foi assinado em 2011 (governos corruptos
Lula-Dilma (PT) e está vigente nos dias atuais.
Esses navios são chamados de PLSVs e são criados para
atuar em alto-mar, em águas com profundidade de até
3 mil metros.
Para a construção e o posterior uso em regime de
afretamento dos navios por oito anos, os contratos
totalizaram o valor bilionário, segundo o Ministério Público
Federal (MPF). Os crimes investigados são corrupção e
lavagem de dinheiro.
Em Sergipe, os mandados são nos escritórios da
Celse - centrais elétricas de Sergipe , mas a empresa não
possui nenhuma relação com os fatos investigados. Ela só
foi alvo porque um dos investigados é conselheiro dessa
empresa e queriam ter acesso aos computadores dele.
Conforme as investigações, os contratos foram celebrados
pela diretoria de exploração e produção da Petrobras e há
indícios de que Sapura contratou intermediários e operadores
financeiros que, mediante o pagamento da propina, eram
responsáveis por viabilizar a inclusão da empresa em certame
da Petrobras e obter informações privilegiadas de dentro da
estatal.
Após receberem seus pagamentos em contas bancárias
mantidas em nome de offshores, os operadores transferiram
parte dos valores a dois altos executivos da Sapura, um
então vinculado à Sapura no Brasil e outro à
Sapura Energy, sediada na Malásia, ainda conforme o MPF.
Os procuradores afirmam que os valores repassados aos
operadores circularam por diversas contas mantidas em
nome de offshores em, pelo menos, seis países diferentes.
Além disso, também foram identificadas suspeitas de que a
atuação ilícita dos investigados tenha abrangido outros
contratos da Petrobras, também
em favor dos interesses do Grupo Seadrill, segundo o MPF.
Segundo apurado, os valores repassados aos operadores
financeiros circularam por diversas contas mantidas em
nome de offshores, tendo sido identificadas contas
controladas pelos investigados em, pelo menos,
seis países diferentes.
Os fatos vieram à tona, ainda conforme a PF, após
depoimentos de colaboração premiada de lobistas que
atuavam junto a funcionários da Petrobras e agentes
políticos com influência na estatal. A operação foi
batizada de Boeman.
Paralelamente às investigações, através de uma ajuda
jurídica internacional, a Polícia Federal obteve informações
de que autoridades holandesas também conduziam
investigações de fatos envolvendo os
atos ilícitos para o fornecimento dos navios lançadores
de linha.
Conforme a PF, as empresas estrangeiras vencedoras
da licitação, posteriormente, subcontrataram uma companhia
holandesa para execução do serviço licitado, a qual era
representada por um dos empresários brasileiros investigado,
e que, em virtude dos acertos espúrios, também realizou
pagamentos ilícitos aos envolvidos.
Bloqueio de bens
O outro lado
Com informações de Adriana Justi e José Vianna, G1 PR e RPC Curitiba