Estatal iniciou paralisação das atividades na noite de ontem
Idealizada para marcar posição contra a privatização dos Correios, a greve iniciada ontem ganha efeito contrário. A paralisação serve para que políticos, empresários e influenciadores digitais defendam publicamente a venda da estatal.
Secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia até a semana passada, o empresário Salim Mattar tece críticas ao movimento grevista. De acordo com ele, que antes de deixar o governo reforçou o desejo em prol da privatização dos Correios, a ação liderada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) é meramente política.
O também empresário Flávio Augusto vai além de criticar a greve. Ele registra que a venda da empresa para a iniciativa privada é um sonho. “Um dia, o pesadelo acaba”, afirma por meio de postagem no Twitter.
No meio político, a notícia de mais uma greve faz com que figuras públicas se movimentem em favor do fim da história dos Correios sendo mantidos com dinheiro do contribuinte. Os deputados federais Guiga Peixoto (PSL-SP) e Luiz Lima (PSL-SP) vão nesse sentido. Vereadora paulistana, Janaína Lima (Novo) vai pelo mesmo caminho, assim como o ex-ministro Abraham Weintraub.
Influenciadores digitais
O assunto também entra para a pauta de influenciadores digitais. Apresentador da Jovem Pan com mais de 80 mil seguidores no Twitter, Paulo Mathias fala, por exemplo, da recorrência de greves nos Correios. Com 117 mil seguidores na plataforma, perfil criado em homenagem a Margaret Thatcher também se posiciona dessa forma. Por fim, o “libertário” Raphael Lima, com 80 mil seguidores, ironiza a situação. Afinal, ele afirma que a greve vai ajudar a privatização.
Anderson Scardoelli, Revista Oeste