O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiu arquivar na tarde desta 3ª feira (25.ago.2020) pedido de providências contra o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, e os procuradores Julio Carlos Motta Noronha e Roberto Pozzobon.
Deltan e seus colegas da força-tarefa são contestados por conta do powerpoint apresentado em 2016 em entrevista à imprensa sobre a denúncia oferecida à Justiça no caso tríplex do Guarujá (SP). Na apresentação, os procuradores apontaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como chefe da organização criminosa na Petrobras.
O relator do caso, conselheiro Marcelo Weitzel, opinou contra a punição a Dallagnol e aos outros procuradores. Weitzel destacou que o caso já foi investigado anteriormente pela Corregedoria do CNMP e pela Corregedoria Geral do MPF (Ministério Público Federal) e arquivado nas duas ocasiões.
“Nunca houve qualquer reclamação contra essas decisões. Nem sequer 1 recurso foi apresentado, o que indica que houve concordância”, disse Weitzel.
Em relação ao pedido da defesa de Lula para que os procuradores sejam proibidos de usar o MPF para fazer posicionamentos políticos, o conselheiro também se posicionou contra. Weitzel afirmou que Lula não especificou as supostas manifestações políticas questionadas e que, genericamente, não entende como o conselho poderia proibir a atitude.
Em sua manifestação, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, disse que a apresentação de powerpoint feita pelo grupo de Deltan foi uma “espetacularização do processo”. “O que se busca é discutir o padrão de conduta que se espera de cada membro do MP. E será que o padrão que se espera é fazer uma entrevista como esta, que foi classificada como espetacularização do processo?”, afirmou Zanin.
Poder360