domingo, 12 de julho de 2020

Deputados usam verba de gabinete para lucrar no YouTube

Levantamento mostra que parlamentares estão usando dinheiro público para contratar agências para edição de seus vídeos que são publicados no Youtube
Deputados Youtube
Com 937 mil inscritos, Joice Hasselmann oferece até pacote exclusivo | Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados
Vários parlamentares estão usando seu engajamento nas redes para lucrar. Um levantamento do Estadão apontou que verbas de gabinete estão sendo utilizadas para gerir canais monetizados no YouTube, com vídeos que arrecadam recursos de acordo com o número de visualizações.
De acordo com o levantamento, ao menos sete parlamentares estão ganhando dinheiro dessa forma. Entre os citados, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) gastou R$ 4 mil da cota parlamentar de junho com uma firma que trabalha na edição do conteúdo que posta. O alcance dos vídeos gerou a Carla R$ 23.702, dos quais ela diz ter recebido R$ 15,1 mil do YouTube.
Ainda segundo o Estadão, além de Zambelli, os deputados Joice Hasselmann (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Otoni de Paula (PSC-RJ), Paulo Pimenta (PT-RS) e Flordelis (PSD-RJ) também contrataram empresas com dinheiro da cota parlamentar para fazer edição e montagem dos vídeos apresentados em seus canais no YouTube.
Já Gleisi Hoffmann (PT-PR) recorreu a assessores pagos pela Câmara para manter seu canal. O canal da petista na rede teria rendido R$ 32,3 mil. Dos parlamentares citados, apenas Pimenta e Otoni de Paula disseram à reportagem ter desistido da monetização.

Pacote exclusivo

Com maior número de seguidores entre os citados, 937 mil, Joice Hasselmann soma mais de 200 milhões de visualizações no seu canal. Além disso, a parlamentar oferece até uma assinatura, ao preço de R$ 7,99 mensais. Quem assina se torna membro do canal e tem direito a “selos de fidelidade ao lado do seu nome em comentários e no chat ao vivo”. O pacote inclui ainda “um bate-papo semanal exclusivo, olho no olho” com a parlamentar. Joice pagou R$ 27,5 mil à Agência EG, entre agosto de 2019 e maio de 2020, para serviços que incluem o YouTube, segundo a reportagem.

Revista Oeste