O Goldman Sachs está adotando um sistema de avaliação de desempenho que classificará até 10% de seus 39 mil funcionários com desempenho aquém do esperado este ano, segundo memorando interno enviado nesta segunda-feira (27), o que pode levar a mais cortes de empregos em 2021 do que o banco fez nos últimos anos.
O novo chefe de recursos humanos do Goldman Sachs, Bentley de Beyer, que chegou em janeiro, está reformulando o processo de avaliação de desempenho do banco de investimentos para torná-lo mais transparente e determinar qual proporção de funcionários é colocada em cada grupo, disse a porta-voz Leslie Shribman.
O principal objetivo é que os funcionários saibam onde estão, pois cerca de 90% da força de trabalho do banco trabalha em casa devido a restrições da Covid-19, disse Shribman, que confirmou o conteúdo do memorando visto pela agência de notícias Reuters.
As alterações na avaliação do Goldman Sachs são outro sinal de que as restrições por causa da pandemia estão levando algumas grandes empresas a revisarem suas políticas de recursos humanos.
"A dinâmica dos desafios de hoje enfatiza a necessidade de mais transparência no feedback e de comunicação ainda mais forte entre nosso pessoal e seus gerentes", escreveu David Solomon, presidente-executivo da Goldman Sachs, no memorando.
Sob o novo sistema, 25% da equipe será classificada como "acima das expectativas", 65% receberão um "atende plenamente às expectativas" e 10% serão marcados como "atende parcialmente às expectativas" em suas revisões anuais em dezembro.
Os funcionários também terão conversas formais de desempenho mais frequentes com seus gerentes - pelo menos três vezes por ano a partir de 2021, de acordo com o memorando. Antes, eles se reuniam para discutir o desempenho duas vezes por ano.
O banco não divulgou o percentual de funcionários em cada grupo de desempenho anteriormente e Shribman se recusou a dizer como as novas taxas se comparam ao sistema anterior.
O Goldman Sachs é conhecido por sua rigorosa revisão anual, que normalmente abre caminho para corte de cerca de 5% da equipe, geralmente por não atingir metas de desempenho. O banco disse que os cortes permitem contratar um fluxo constante de novos talentos, que se tornaram uma prioridade no ano passado.
Não houve grandes cortes de empregos este ano e seu quadro de funcionários em 30 de junho subiu 10% contra 12 meses antes.
Shribman se recusou a dizer se as mudanças resultarão em aumento de cortes de empregos em 2021 e as notas de desempenho são apenas um fator nessas considerações.
Apesar de um ambiente econômico difícil causado pela pandemia, o Goldman Sachs reportou aumento de 41% na receita trimestral no início deste mês, devido a fortes receitas de trading e de banco de investimento.