O desempenho à frente do Flamengo, com o clube conquistando a Libertadores e o campeonato brasileiro, também rendeu ao técnico Jorge Jesus, 65, homenagens em seu país de origem. O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o treinador rubro-negro na tarde desta segunda-feira (30), em cerimônia no palácio de Belém, em Lisboa.
Jorge Jesus tornou-se comendador. O treinador recebeu a chamada ordem infante d. Henrique, que premia aqueles que prestaram serviços relevantes a Portugal e ajudaram a “expansão da cultura portuguesa” e para o “conhecimento de Portugal, da sua história e dos seus valores”.
Visivelmente emocionado, o técnico português agradeceu o carinho dos brasileiros e, principalmente, dos flamenguistas.
“Nós [a equipe técnica desta temporada] vamos ficar sempre ligados não só à nação do Brasil, mas à nação do Flamengo. E a nação do Flamengo são 50 milhões”, afirmou.
“Para mim, esta condecoração vai além do futebol, porque eu senti isso no Flamengo. Além de estar a representar um clube, estava a representar o meu país e por isso, quando subi ao pódio, lembrei-me logo de levar a bandeira de Portugal às costas”, afirmou.
Em entrevista coletiva após a condecoração, Jorge Jesus desconversou sobre a renovação com o rubro-negro e a possibilidade de ida para outros times, no Brasil ou no exterior.
“Tenho contrato até junho, são quase sete meses”, disse, destacando que as negociações ficarão mais para a frente.
Sobre a possibilidade de regressar ao futebol português, o técnico disse que pretende que isso aconteça um dia, mas que, agora é uma possibilidade que “ficou mais distante”.
Antes de comandar o Flamengo (após uma breve passagem pelo futebol da Arábia Saudita), Jorge Jesus liderou alguns dos clubes mais importantes de Portugal. Em sua temporada no Benfica, time mais popular do país (entre 2009 e 2015), os encarnados ganharam dez títulos (recorde do clube) e chegaram a duas finais da Liga Europa.
Antes de entregar a medalha, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou as afinidades entre Brasil e Portugal e a importância de ter vencido uma competição esportiva no maior clube da maior nação lusófona do mundo.
“Jorge Jesus contribuiu e contribui para projetar o prestígio de Portugal, no mundo do desporto, mas em geral em termos sociais e isto num país que nos é muito querido”, disse o chefe de Estado.
Do lado de fora, alguns torcedores esperavam a chegada do técnico.
Morando em Portugal há mais de 50 anos, a brasileira Sônia Ramires fez questão de esperar Jorge Jesus na porta do palácio de Belém.
“Estou aqui para honrar os meus dois países este grande técnico”, afirmou, segurando uma bandeira de Portugal e outra do Brasil.