NOVA YORK e WASHINGTON
As vítimas do voo United 93, que caiu perto de Shanksville, na Pensilvânia, ganharam uma homenagem 17 anos após os atentados de 11 de Setembro, em uma das lembranças aos que morreram nos ataques cometidos por integrantes da Al Qaeda.
O monumento, “Tower of Voices” (“Torre de Vozes”, em tradução livre), foi apresentado neste domingo (9). A estrutura, com cerca de 28 metros de altura e que terá 40 sinos de vento, está em fase de conclusão.
Cada sino representa uma das pessoas que morreram no voo, sequestrado por quatro terroristas cerca de 45 minutos após a decolagem, do aeroporto de Newark, Nova Jersey.
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O avião caiu no condado de Somerset, na Pensilvânia, após uma luta travada entre passageiros e terroristas pelo controle da aeronave, que seria usada para atacar o Capitólio, o centro legislativo da capital Washington.
Nesta terça-feira (11), o presidente Donald Trump e a primeira-dama, Melania, estiveram no Memorial Nacional ao Voo 93, em Shanksville, Pensilvânia. Eles participaram de uma cerimônia em lembrança às vítimas.
No memorial, Trump elogiou a coragem dos passageiros e tripulação que tomaram o avião dos sequestradores.
“Em 11 de setembro de 2001, um grupo de patriotas corajosos mudou o rumo dos inimigos de nossa Nação e se juntou às fileiras de heróis americanos imortais”, afirmou Trump em Shanksville.
“Nossas lágrimas não caem sozinhas, porque elas são dor compartilhada com uma Nação inteira. Nós lamentamos cada mãe, pai, irmã e irmão, filho e filha que foi tirado de nós nas Torres Gêmeas, no Pentágono e aqui nos campos da Pensilvânia.”
Mais cedo, o republicano escreveu nas redes sociais “17 anos desde o 11 de Setembro” e elogiou a atuação de seu advogado, Rudy Giuliani, que era prefeito da cidade à época. “Rudy Giuliani fez um ÓTIMO trabalho como prefeito de NYC na época do 11 de Setembro. Sua liderança, bravura e inteligência nunca devem ser esquecidas. Rudy é um VERDADEIRO GUERREIRO.”
O vice-presidente Mike Pence representou o governo no Memorial construído no Pentágono, ao lado do secretário de Defesa, James Mattis.
"Nós nunca nos esqueceremos do que aconteceu neste lugar naquela manhã fatídica", disse Pence. "Precisamos aprender as lições do 11 de Setembro e permanecer sempre vigilantes na defesa da nação e do nosso povo. "
"O povo americano mostrou naquele dia e em todos os outros desde então que nós não seremos intimidados", acrescentou. "O nosso espírito não pode ser quebrado."
Pence usou duas vezes em seu discurso o termo "terrorismo islâmico radical", invocado com frequência por Trump durante a campanha presidencial de 2016.
O ex-conselheiro de segurança nacional do republicano, H.R. McMaster, não era a favor do termo porque tem o potencial de difamar de forma implícita uma religião inteira.
Em Nova York, palco dos ataques às Torres Gêmeas, cerimônias nesta terça lembraram os cerca de 3.000 mortos nos atentados. Os sinos da Igreja St. Paul, em frente à torre One World, a mais alta da cidade, tocaram em homenagem às vítimas.
A área do entorno do Memorial e Museu Nacional do 11 de Setembro foi fechada para receber homenagens que contaram com a presença de parentes das vítimas e autoridades.
O governador Andrew Cuomo, o prefeito Bill de Blasio e o comissário da polícia de Nova York, James O’Neil, se uniram aos familiares nas homenagens.
O policiamento no local foi reforçado, assim como na estação de metrô Courtlandt, reaberta no último sábado (8) após ficar fechada por 17 anos em decorrência dos ataques, soterrada por detritos da queda das Torres.
Em 11 de Setembro de 2001, 19 terroristas da Al Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais.
Duas aeronaves foram lançadas contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e uma terceira contra o Pentágono, sede do Departamento da Defesa dos Estados Unidos, em Washington.
As Torres Gêmeas foram atingidas pelos dois aviões com uma diferença de 17 minutos entre cada ataque.
A primeira aeronave, um Boeing 767 da American Airlines com 92 pessoas a bordo, incluindo os cinco terroristas, atingiu a torre norte às 8h46 (9h46 de Brasília).
Às 9h03 (10h03 de Brasília), um segundo Boeing 767 da United Airlines, com 65 passageiros e cinco sequestradores, foi jogado contra a torre sul, em um ataque transmitido ao vivo por várias emissoras de televisão.
Pouco depois, às 9h38 (10h38 de Brasília), outro Boeing 767 da American Airlines, que transportava 64 passageiros, incluindo cinco terroristas, se chocou contra a face oeste do Pentágono.
A torre sul caiu às 10h05 (hora local). A norte desabou às 10h28.
Danielle Brant e Julia Zaremba, Folha de São Paulo