quinta-feira, 20 de setembro de 2018

10,7 mil brasileiros vão votar em cédulas de papel no exterior nas eleições 2018

Os brasileiros que moram em Ancara (Turquia), Bucareste (Romênia), Cairo (Egito), Kiev (Ucrânia), Mendoza (Argentina) e Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) e estão habilitados para votar poderão ter a experiência nostálgica de escolher o seu candidato à Presidência da República nas eleições 2018 à mão, usando cédulas em papel. Eles fazem parte de um universo de 10.698 eleitores de um total de 500.727 pessoas (aptas a votar no exterior) que participarão do pleito usando não as urnas eletrônicas, e sim as de lona.
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Os 13 candidatos à Presidência da República. Foto: Infográfico

Nos últimos quatro anos, o número de brasileiros habilitados a votar no exterior aumentou 41,37%, saltando de 354.184 para 500.727. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atribui o salto à cooperação entre o Ministério das Relações Exteriores e a Justiça Eleitoral para o cadastro de brasileiros residentes mundo afora. Quem vota no exterior escolhe apenas o candidato ao Palácio do Planalto.
A votação manual ocorrerá em seções eleitorais com pequeno número de eleitores, espalhadas por 54 países – de Angola e Argentina ao Vietnã e Zâmbia – de três continentes – América, África e Ásia -, informou o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF). 
A logística da votação no exterior é responsabilidade do TRE-DF, que atua ao lado do Itamaraty. As votações ocorrem geralmente em embaixadas, consultados e representações diplomáticas.
Um dos objetivos da urna de lona é garantir a realização da votação em locais que enfrentam problemas de energia eletrônica. De acordo com o TRE-DF, há companhias aéreas internacionais que, por questão de segurança, vedam o embarque das baterias que carregam as urnas eletrônicas.

Lacração

Nesta quarta-feira, 19, o TRE-DF realizou a cerimônia de carga e lacração das urnas que serão utilizadas para votação no exterior. Ao todo, serão enviadas 744 urnas (680 eletrônicas e 64 de papel) para 99 países. São necessários ao menos 30 eleitores cadastrados para que a urna seja enviada a uma determinada localidade no exterior.
Segundo o TRE-DF, foram feitas solicitações para 40 cidades que acabaram recusadas por não atingir o mínimo de eleitores exigido. No caso de Damasco, na Síria, não será enviada urna devido aos conflitos na região.

Dida Sampaio e Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo